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O que vale é serem estas cousas não a expressão de um arraigado pensamento mas, apenas, um culto prestado ás pompas do estylo. Abria-se-me agora azo de as imitar, blazonando contra a natureza humana em geral, e, especificando, contra a natureza do sr. Ortigão. Mas, como não sei, digo que préso a nobreza da minha alma e o meu pundonor de cavalheiro. E fica dissimulada a impericia. Assim vae tudo.

as folhas seccas caiam com leve bulha no chão, versos comparados a outros versos tristes de Myllevoye. E prosegue clamando que a autoridade d'este moço, de intelligencia quasi ephemera, é cruelmente anteposta ao exemplo dos gigantes, que reformaram as litteraturas de Hespanha, Inglaterra e França. Como se engana o sr. Ortigão!

Ramalho Ortigão, ao contrario, inclina a crêr que os papeis de Fradique contêm Memorias porque a Memorias se póde coherentemente impôr a condição de permanecerem secretas. E affirmo afoutamente que n'esse cofre de ferro, perdido n'um velho solar russo, não existe uma obra porque Fradique nunca foi verdadeiramente um auctor.

Um dia que jantavamos em casa de Carlos Mayer, e que Fradique lamentava, com melancolica sinceridade, o velho Portugal fidalgo e fradesco do tempo do snr. D. João V Ramalho Ortigão não se conteve: Vossê é um monstro, Fradique!

Anthero no seu segundo escripto, mais propenso á analyse, fez lisongeira e especial menção do drama Camões, que no primeiro tinha sido condemnado de envolta com a generalidade. Considerou-o no que elle é, e não curou de indagar, como parece, se seria ou não seria original. Ora nisto subiu de ponto a infelicidade do sr. Ortigão.

São assim as descripções do Sr. Oliveira Martins? Não são. Na sua Historia Romana, no livro das guerras punicas, encontram-se descripções admiraveis que rivalisam em colorido e nitidez com as melhores do Sr. Ramalho Ortigão; mas a influencia litteraria é visivel n'ellas, são reminiscencias intelligentes da Salammbo de Flaubert.

Esta lingua, que modernamente poucos operarios teem affeiçoado para as exigencias multiplas e caprichosissimas da Arte contemporanea, tem nas mãos de Ramalho Ortigão umas docilidades de mulher do Oriente, uns langores submissos de escrava creoula, uma energia mascula, uma limpidez matinal, uma intrepidez heroica, um sabor vivo e são das coisas, que penetra o leitor do mais requintado goso intellectual.

Por «pagens do povo» percebo eu que o vidente de Sevilha queria fallar nos demagogos d'este paiz, nos oradores do Casino, no Guerra Junqueiro, nos redactores do Diario da Tarde, no Eça e no Ortigão, nos satanicos, e nos mais socialistas sobre quem pesam o gladio do Zêzere, os pés do conselheiro Arrobas e o redenho do conselheiro Viale.

Ramalho Ortigão e Eça de Queiroz acabam de apresentar ao publico portuguez e brazileiro, ou, antes, de consentir que lhe seja apresentado por um editor intelligente, o livro da mocidade de ambos, que ha quatorze annos teve em Lisboa um successo de curiosidade e depois de enthusiasmo, quando foi publicado dia a dia nos folhetins do Diario de Noticias.

Quando, em 1878, Eça de Queiroz escrevia, de Newcastle, a Joaquim de Araujo, aquella tão conhecida e tão citada carta, que constitue a biographia do espirito de Ramalho Ortigão, essa biographia ficou definitivamente feita; tudo o mais que se lhe accrescente e bastante se tem escripto não passa, em ultima analyse, de sabias e eruditas variações sobre aquelle leit motif.

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