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Nas ondas daquella harmonia nervosa e suave, casara-se tudo o genio de Chopin, a alma do violino, o enredo daquelle tecido de musica, simultaneamente divino e infernal, sobretudo a vibração dos nervos dolentes de Peregrina, esquecendo outras cordas... Victoriamo-la, quando acabou. O remoinhar daquella alma emotiva de mysterioso, communicara-se, afinal, a todos, a tudo.

Na sua pelle trigueira esparsavam-se reflexos da labareda que a ateava, notas dum misto macabro, melancholia, força selvagem, enthusiasmo, exotismo, aturdimentos de Arte... A sua figura, duma belleza gasta, espectrava, numa côr e luz de magica, expressões visionarias. Era o index duma alma polychroma, vasando luz e sentir na alma ductil do violino. Executava um trecho de Chopin.

D. Guiomar Torrezão, do Diario Illustrado, dedilhando com mão d'anneis n'aquella folha o cavaquinho da critica amena, diz-nos o seguinte: « alguma vez experimentaram a impressão que se sente entrando-se em um boudoir, em uma especie de bonbonniere capitonada de setim azul, impregnada de ixoria, mergulhado em uma meia luz mysteriosa, peneirada por umas cortinas de renda suissa, com arabescos de flores caprichosas e aves raras, de plumagens ondeantes, e ouvindo-se ahi, com as palpebras semi-cerradas e a cabeça enterrada em uma almofada de setim macio e luminoso, um nocturno de Chopin, que vem de longe em longe, evolando-se das teclas de um piano ou das cordas gementes de um violoncello, pousar-nos no ouvido um longo beijo feito de melancolias, vagamente sonhadoras e de harmonias verdadeiramente divinas?...

O mesmo Alcobia se incumbe egualmente de inculcar pianista idoneo para massacrar ao longe os nucturnos de Chopin emquanto o freguez estiver com a cabeça enterrada na almofada de setim phosphorecente.

Claudio saiu na persuasão de que a tinha deixado convencida e de que ella generosamente acquiescera aos seus desejos. A pianista era notabilissima. Claudio não teve coragem de deixar o theatro até ao fim do concerto. Sentia-se enlevado nas visões tragicas de Beethoven, nos idyllios de Chopin, na attica serenidade de Mozart.

Commetti de certo desatinos, mas não posso bem avaliar tôda a extensão dos meus disparates, tão inconsciente estava. Terminado o jantar, voltámos á sala, onde continuava a minha confusão, até que uma dama se sentou ao piano. Os seus dêdos corrêram ligeiros sôbre as teclas, fazendo vibrar n'as cordas em harmoniôso concêrto, um dos Nocturnos de Chopin.

Atrevi mais uma pergunta: Era ella tambem a amadora?... Era, e executando com talento. Rogada então para se fazer ouvir, descerrou o piano, passou suavemente os dedos pelo teclado e soltou de dentro um primoroso Nocturno de Chopin, que me deixou no espirito a nota viva do seu grande amor á Musica. D. Margarida é uma virtuose doublé de pianista e pintora.

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