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Parou com as mãos esquecidas sobre o teclado: Foi talvez como n'uma noite d'estas, disse ella. Estamos em plena legenda. O terraço batido da agua, a lua, os velhos amigos reunidos, a lembrança da pobre amante, que se apaga na memoria d'elle, o presentimento da morte... Que linda noite para o rei atirar a sua taça ao mar!

O piano passa a ser, não um instrumento de musica, mas um escravo. Submisso, paciente, resignado, obedece como um negro, cujos dentes são muito brancos... Açoutam-n'o com as mãos, e não protesta; dão-lhe pontapés no pedal, e não se desconjunta. Familias inteiras vão affirmar no teclado os seus direitos de socio.

Era uma creatura excepcional. Mas, por isso mesmo, horrorizava-o o excessivo carinho que lhe notava. Admirava-a como mulher, mas temia-a. Era uma sensual que tinha percorrido a gamma do mais extravagante teclado da vida. Quereria porventura matar um novo capricho?

Eu bem sei que te não does Do meu coração ralado, E fazes aos rouxinoes Parodias sobre o teclado. Que amas ver como n'um drama, O meu coração ferido, Como um gladiador de fama, Sobre um theatro vencido. Ah! mas eu que estou velho... Carcomido como a Cruz... Digo adeus ao ceu vermelho... E ás boas tardes de luz! Adeus, adeus, ó Amor!

E a brancura leitosa do teclado Põe no piano, entreaberto, ao lado, Um ar de monstro, arreganhando o dente. Consummatum est! Amei-a muito, é certo. Amei-a com o louco E desvairado amor d'alguem que nunca amou. Por isso que a amei tanto é que a amei por tão pouco. Escusa de insistir. O meu amor findou. Como um perfume leve que pelo ar se expande, Assim esta paixão ardente se evolou.

Tinha o vestido levemente decotado sobre o seio. E o luar dava-lhe aquelle limbo poetico que todas as claridades mysteriosas, ou venham de astros mortos ou de luzes desmaiadas, dão ás figuras louras. Havia um piano no terraço; a condessa sentou-se, e sob os seus dedos o teclado de marfim, chorou um momento.

O padre Amaro, ao da janella, fumando, contemplava Amelia, enlevado n'aquella melodia sentimental e morbida: o seu perfil fino, de encontro á luz, tinha uma linha luminosa; destacava harmoniosamente a curva do seu peito; e elle seguia as suas palpebras de grandes pestanas, que do teclado para a musica se erguiam e se abaixavam com um movimento dôce.

Começava a levantar-se um fino, que excitava as tosses. O Alberto dançou com Ermelinda. Olha, não te dizia eu! murmurou a Bastos para uma visinha. A musica de Angot elevava-se sonoramente do teclado; a quadrilha começou.

O piano é um grande recurso para aquelles que possuem e sentem na alma as doces e gratas impressões da musica, essa linguagem universal a que renderam tributo até os proprios deuses. Amparo estava tocando. Tinha na estante a partitura da Estrangeira, mas os dedos percorriam machinalmente o teclado, e os olhos fixavam-se distrahidamente nas notas.

Rytmel, de , encostado á balaustrada, enlevado no penetrante encanto d'aquella canção, olhava a agua do tanque, onde tremia a claridade da lua, conservando a taça na mão. Os dedos da condessa volteavam no teclado de marfim; e a sua voz continuava, triste como a propria ballada: Sempre o rei achava n'elle Um sabor da antiga magoa, E se por elle bebia Tinha os olhos rasos d'agua.

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