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Atualizado: 10 de julho de 2025


A vivandeira respondeu energicamente com um gesto negativo, como se em verdade fôra muda. O peior disse o barqueiro improvisamente é que se virem de terra que vae aqui um soldado francez, são capazes de fazer fogo contra todos nós. Os diabos o jurem! Mas se ella não é franceza p'ra que diabo lhe fala o senhor n'esses latins? São coisas... respondeu austeramente Graça Strech.

Mil vezes se atirára á morte, e a morte parecia respeitar no sorriso de Rosina Regnau a heroicidade do soldado. Dir-se-ia que a vivandeira tinha duas azas, que, desdobradas, o abrigavam.

Acredito, dei-te licença, e não te quero mal. Aconselho-te, porém, que te desquites d'esse companheiro: os da sua laia, substituiram a fôrca pelo punhal, que é mais leve, traiçoeiro, e menos apparatoso... O careta vestido de magistrado, que ouvira o dialogo precedente, disse ao fidalgo antigo, que estava ao seu lado: Conheces aquella senhora, que respondeu á vivandeira com tanta vivacidade?

Durante a noite a vivandeira acercou-se do catre, por muitas vezes, a escutar. Pela madrugada sobreveiu o delirio ao abatimento, e o ferido dizia com manifesta difficuldade algumas palavras que ella não entendia. Como, porém, de uma das vezes o visse febrilmente apalpar o peito, comprehendeu-o, e, tirando do forro da fardeta, que lhe tinha despido, o maço de papeis, insinuou-lh'o entre as mãos.

Sim, pode acreditar na verdade d'esta palavra, aqui, a esta hora, depois, de eu haver atirado ao rio o meu fato de vivandeira... O senhor disse ao barqueiro: Faze de conta que é muda. Pois bem, sel-o-hei d'hoje em diante sempre que tenha á volta de mim ouvidos estranhos.

Que seja preciso affrontar perigos, pouco importa. Rosina, a «gentil vivandeira», como por favor me chamam, é destemida. Toda a brigada Arnaud lh'o podia dizer... A admiração, o pasmo, o alheamento de Graça Strech eram cada vez maiores. Espantava-o aquelle conjuncto de candura e coragem, aquelle receiar e querer da vivandeira.

O rumor aproximou-se, a porta foi violentada, e Rosa agarrada fortemente pelos pulsos: Não esperava esta desfórra do seu militar, amavel vivandeira?!... Deixe-me... largue-me... acudam!... Não espante as pulgas, menina... Esta boa terra dorme toda ás nove horas, e passa da meia noite... poderia esperar beneficio da minha generosidade, e eu, confesso, não tenho o fraco de generoso...

O teu quadro, Rosina Regnau, é verdadeiro. Lucta até o fim, vivandeira, faze como os soldados que foram teus irmãos. Combate a saudade com a esperança. Soffre, porque o soffrer é de quem lucta. Mas porfia, conquista resignadamente esse coração onde desejas reinar, porque todo elle é preciso para o throno da tua felicidade.

A vivandeira havia levado recursos. Era a sua ração de dois annos, a migalha do canario. Havia no 18 d'infantaria um quartel-mestre usurario. Graça Strech fizera com elle uma transacção. O quartel-mestre ficava recebendo durante dois annos o prét por inteiro, e adiantára-lhe o prét d'um anno. Essa quantia, administrada com economia, devia durar os dois annos.

Ella tambem não pedia mais. Era o cão do soldado: seguia-o. Quando a tristeza lhe descia ao coração, a indefinida tristeza de quem ama, consolava-se a si propria imaginando-se ainda vivandeira, porque ouvia troar o canhão e sentia no ar o cheiro da polvora. Era apenas a memoria o que lhe restava do que fôra; o fato da sua infancia sepultára-o ella no fundo das aguas...

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