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Atualizado: 10 de junho de 2025


No Cancioneirinho de Trovas antigas, Varnhagem noticia no prologo, de ter encontrado em 1857 na Livraria de um fidalgo hespanhol um antigo cancioneiro portuguez, que, pela canções de el-rei D. Diniz que elle continha, lhe suscitou o procurar as analogias que teria com o Cancioneiro da Vaticana n°. 4803; tirou copia do citado Cancioneiro, e em 1858 procedeu em Roma ao confronto do codice madrileno com o da Vaticana.

Accrescenta mais o Marquez de Santillana: "cujas obras aquelles que as liam, louvavam de invenções subtis, e de graciosas e doces palavras". Esta affirmação, sobendo-se que o Marquez escreve sobre uma recordação da sua infancia, não podia resultar se não dos gabos ouvidos a Pero Gonzales de Mendoza, poeta do Cancioneiro de Baena, gabos que fizeram com que o livro se conservasse em casa de D. Mecia de Cisneros, e d'onde se tirara por ventura essa outra copia que hóje existe em poder de um grande de Hespanha, segundo uma affirmação de Varnhagem.

Se nom en meu amigo, E d'amor sei que nulh'ome tem, Pois migo é, tal mandades; Que vem o meu amado. Os versos sublinhados do Cancioneirinho, são visivelmente d'outra canção, porque tem outro typo strophico, e essa interpolação não se pode attribuir a erro de leitura de Varnhagem.

Não; apezar de Varnhagem não ser mais explicito na descripção do codice madrileno e guardar no mysterio o nome do possuidor, comtudo pelas cincoenta composições do Cancioneirinho se descobrem profundas variantes, que se não podem attribuir a erro de leitura, ainda assim tão frequente em Varnhagem.

Lopes de Moura foi o primeiro que encontrou na collecção da Vaticana a canção de João Vasques, Muyt'ando triste no meu coraçom, que existe anonyma no Cancioneiro da Ajuda. Logo depois, Varnhagem achou mais quarenta e nove canções communs aos dois codices, e nós mesmo ainda viemos a encontrar mais seis canções repetidas.

No testamento do Conde D. Pedro, feito em Lalim em 30 de Março de 1350, se esta clausula: "Item, mando o meu Livro das Cantigas a el rei de Castella". Interpretando esta clausula, Varnhagem quiz por ella attribuir o Cancioneiro da Ajuda ao Conde de Barcellos, imprimindo-o em 1849 n'esse presupposto, com o titulo de Trovas e Cantares... ou antes mui provavelmente o Livro das Cantigas do Conde de Barcellos.

A inspecção do Codice da Ajuda, confrontado com outros Codices europeus, mostra-nos que elle pertencia indubitavelmente a diversos trovadores; Varnhagem notou que existiam dezaseis vinhetas imperfeitamente coloridas, que estão desenhadas junto ás canções 2, 36, 37, 149, 157, 170, 173, 184, 190, 231, 233, 249, 253, 255, 259 e fragmento h.

Admittida a hypothese de que o Cancioneiro da Ajuda, pelo facto de ter pertencido a el-rei D. Diniz e de andar encadernado junto do Nobiliario do Conde D. Pedro, fosse o proprio Livro das Cantigas, como primeiro quiz Varnhagem, o facto de apparecerem outros trovadores prova-nos a nossa hypothese, que o Conde D. Pedro compilara sob esse titulo as canções dos trovadores seus contemporaneos.

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