Vietnam or Thailand ? Vote for the TOP Country of the Week !

Atualizado: 27 de junho de 2025


Pensas bem que a mulher de honesto estado, Se seu coração, sempre he rogado; Se bem que o rogo algumas não convence; Mas a feia ambição a muitas vence. Sim? Pois hoje verás, que a minha ira contra aquelle infame se conspira: Elle, por me arrancar de amor a palma, Me roubou a doce alma da minha alma, Vista dos olhos meus, bem como estrella, Que luz me dava, para poder vêlla.

O maldito o primeiro que no mundo Nas ondas vella pôs en ſeco lenho, Dino da eterna pena do profundo Se he juſta a juſta ley que ſigo & tenho: Nunca juyzo algum alto & profundo, Nem cythara ſonora, ou viuo engenho, Te por iſſo fama, nem memoria, Mas comtigo ſe acabe o nome & gloria.

Eſtas ſentenças tais o velho honrado Vociferando eſtaua, quando a- brimos As aſas ao ſereno & ſoſſegado Vento, & do porto amado nos partimos: E como he ja no mar cuſtume vſado A vella desfraldando o ceo ferimos, Dizendo Boa viagem, logo o vento Nos troncos fez o vſado mouimento.

Por ti o puro sol me descontenta; Com seu canto m'offende a Philomella: Mas, porque nelle chora, me contenta. Por ti, Natercia pura, Nympha bella, Na verdura suave deste prado Os males multiplico com vella. Por ti não curo ja do manso gado: Com o mesmo qu'então meu bem crescia, Agora vai crescendo o meu cuidado.

Poem ſe a Deoſa com outras em dereito Da proa capitaina, & ali fechando, O caminho da barra estão de geito, Que em vão aſſopra o vento, a vella inchãdo: Poem no madeiro duro o brando peito, Pera detras a forte nao forçando. Outras em derredor leuandoa eſtauão, E da barra inimiga a deſuiauão.

Punha, ás vezes, no mar o olhar sombrio; E ao vento, a fita branca do chapeu Dir-se-hia a vella triste d'um navio De naufragos, n'um lugubre escarceu! Mas comtudo, a ingleza, a triste amante Com seus longos e louros caracoes, Fitava ás vezes no azul distante, Seus olhos divinaes como dous soes.

E debruçada estavas á janella Nas horas religiosas do Poente, Como a mãe que anciosa e docemente, Espreita no horisonte a amada vella. E quando íamos depois as nossas magoas Contarmos, pelo espesso das folhagens, Cabellos desmanchados nas aragens, E entre as vozes das folhas e das aguas.

Outros pendem da verga, & ja deſatão A vella, que com grita ſe ſoltaua, Quando com maior grita ao Rei relatão A preſſa, com que a armada ſe leuaua: As molheres & filhos, que ſe matão Daquelles que vão preſos, onde eſtaua O Samorim, ſe aqueixão que perdidos Hũs tem os pais, as outras os maridos.

Deixal-a ir, á vella que arrojaram Os tufões pelo mar na escuridade, Quando a noite surgiu na immensidade, Quando os ventos do Sul se levantaram... Deixal-a ir a alma lastimosa, Que perdeu a paz e e confiança Á morte quêda, á morte silenciosa... Deixal-a ir a nota desprendida De um canto extremo e a ultima esperança... E a vida... e o amor... deixal-a ir a vida!

Vistes que com grandiſsima ouſadia Forão ja cometer o Ceo ſupremo, Vistes aquella inſana fantaſia De tentarem o mar com vella & remo: Vistes, & ainda vemos cada dia, Soberbas & inſolencias tais, que temo Que do mar & do Ceo em poucos anos, Venhão Deoſes a ſer, & nos humanos.

Palavra Do Dia

desprendêl-a

Outros Procurando