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Leua algũs Malabares, que tomou Per força, dos que o Samorim mandâra, Quando os preſos feitores lhe tornou: Leua pimenta ardente que compr

11 Cantava dum que tem nos Malabares Do sumo sacerdócio a dignidade, Que, por não quebrar cos singulares Barões os nós que dera d'amizade, Sofrerá suas cidades e lugares, Com ferro, incêndios, ira e crueldade, Ver destruir do Samorim potente, Que tais ódios terá co a nova gente.

Affirmou-lhe o portuguez que viera á India por mandado de um poderoso rei do Occidente para assentar com elle paz e amisade, e que trazia mercadorias para dar em troco das que recebesse. O Samorim prometteu auxiliar os portuguezes; mas o Catual e os mouros, roidos de inveja, conseguiram dissuadil-o do proposito. o animo valoroso do capitão-mór podia resistir a tanta contrariedade.

Entraram os portuguezes no templo, e julgando que era christão, ajoelharam-se e prestaram culto ás imagens de Siva e Vishnu. Chegado ao palacio real, foi o Gama recebido pelo Samorim, que ostentava nos braços, na cabeça e nas orelhas valiosissima profusão de esmeraldas, perolas e rubis.

Deſtroirâ a cidade Repelim, Pondo o ſeu Rey com muitos em fugida: E deſpois junto ao Cabo Comorim Hũa façanha faz eſclarecida, A frota principal da Samorim, Que destroir o mundo não duuida, Vencerâ co furor do ferro & fogo, Em ſi verâ Beadâla o Morcio jogo.

Fundada com pouco poder, havia ganho dentro de breve tempo aquelle grande esplendor, e o seu rei, a que chamavam o Samorim, era o mais respeitado e temido entre os monarchas do Indostão. Annunciada a vinda dos portuguezes, recebeu-os o principe com affago, deu audiencia a Vasco da Gama, e declarou acceitar a alliança do rei de Portugal, promettendo que na frota lhe enviaria embaixadores.

Aqui de outras cidades, sem debate, Calecu tem a ilustre dignidade De cabeça de Império rica e bela: Samorim se intitula o senhor dela. 23 Chegada a frota ao rico senhorio, Um Português mandado logo parte A fazer sabedor o Rei gentio Da vinda sua a tão remota parte.

Uma vez surto na cidade, que então era o emporio da riqueza oriental, ardia Vasco da Gama no desejo de conhecer o paiz, e communicou a sua chegada ao rei ou Samorim. Ordenou para isso, que desembarcassem o piloto Malemo Cana e um dos degredados.

La bem longe lhe diz, que lhe daria Embarcaçam bastante, em que partiſſe, Ou que pera a luz craſtina do dia Futuro, ſua partida diffiriſſe: Ia com tantas tardanças entendia O Gama, que o Gentio conſentiſſe Na ma tençam dos Mouros, torpe & fera, O que delle ate li nam entendêra: Era este Catual, hum dos que estauão Corrutos pela Maumetana gente, O principal por quem ſe gouernauão As cidades do Samorim potente: Delle ſomente os Mouros eſperauão Efeyto a ſeus enganos torpemente, Elle, que no concerto vil conſpira De ſuas eſperanças nam delira.

Outros pendem da verga, & ja deſatão A vella, que com grita ſe ſoltaua, Quando com maior grita ao Rei relatão A preſſa, com que a armada ſe leuaua: As molheres & filhos, que ſe matão Daquelles que vão preſos, onde eſtaua O Samorim, ſe aqueixão que perdidos Hũs tem os pais, as outras os maridos.