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Chegaram as cousas ao ponto de ficar o proprio Gama com os doze europeus prisioneiros do Catual, cuja primeira idéa foi matal-os, contentando-se depois com exigir-lhes thesouros e riquezas. Finalmente Vasco da Gama conseguio voltar com os companheiros aos navios, e mandou queixar-se ao Samorim das offensas que recebera.

Affirmou-lhe o portuguez que viera á India por mandado de um poderoso rei do Occidente para assentar com elle paz e amisade, e que trazia mercadorias para dar em troco das que recebesse. O Samorim prometteu auxiliar os portuguezes; mas o Catual e os mouros, roidos de inveja, conseguiram dissuadil-o do proposito. o animo valoroso do capitão-mór podia resistir a tanta contrariedade.

Agaſalhados foram juntamente, O Gama, & Portugueſes no apouſento Do nobre Regedor da Indica gente, Com festas & geral contentamento: O Catual no cargo diligente De ſeu Rei, tinha ja por regimento Saber da gente eſtranha donde vinha Que costumes, que lei, que terra tinha.

Como a visita fosse d'antemão annunciada, era o capitão-mór esperado na praia por um official do rei de Calecut, a que se dava o nome de Catual. Para que descrever a pompa verdadeiramente asiatica do cortejo? Basta dizer-se que tudo era digno do brioso navegador. Durante o trajecto quiz o Catual que Vasco da Gama visitasse um pagode ou templo malabar.

55 Os Portugueses vendo estas memórias, Dizia o Catual ao Capitão: "Tempo cedo virá que outras vitórias Estas, que agora olhais, abaterão; Aqui se escreverão novas histórias Por gentes estrangeiras que virão; Que os nossos sábios magos o alcançaram Quando o tempo futuro especularam.

78 Que mande da fazenda, enfim, lhe manda, Que nos Reinos Gangéticos faleça; Se alguma traz idónea da banda Donde a terra se acaba e o mar começa. da real presença veneranda Se parte o Capitão, para onde peça Ao Catual, que dele tinha cargo, Embarcação, que a sua está de largo.

43 Assim está declarando os grandes feitos O Gama, que ali mostra a vária tinta, Que a douta mão tão claros, tão perfeitos, Do singular artífice ali pinta. Os olhos tinha prontos e direitos O Catual na história bem distinta; Mil vezes perguntava e mil ouvia As gostosas batalhas que ali via.

81 Era este Catual um dos que estavam Corruptos pela Maumetana gente, O principal por quem se governavam As cidades do Samorim potente. Dele somente os Mouros esperavam Efeito a seus enganos torpemente. Ele, que no conceito vil conspira, De suas esperanças não delira.

O Gama, & o Catual hião fallando Nas couſas que lhe o tempo offerecia, Monçaide entrelles vay interpretando As palauras que de ambos entendia: Aſsi pela cidade caminhando, Onde hũa rica fabrica ſe erguia De hum ſumptuoſo templo ja chegauão, Pelas portas do qual juntos entrauão.

Aquelles ſos direy que auenturârão Por ſeu Deos, por ſeu Rei, a amada vida Onde perdendoa, em fama a dilatârão, Tambem de ſuas obras merecida Apolo, & as Muſas que me acompanharão, Me dobraram a furia concedida Em quanto eu tomo alento deſcanſado, Por tornar ao trabalho mais folgado. ❧ Canto Octauo. Na primeira figura ſe detinha O Catual, que vira estar pinta- da.

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