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Não digaes mais, senhora, não me lembreis de tudo o que eu era. *Magdalena*, quasi offendida. Porquê? não es hoje o mesmo, ou mais ainda, se é possivel? Quitaram-te alguma coisa da confiança, do respeito do amor e carinho a que estava costumado o aio fiel de meu senhor D. João de Portugal, que Deus tenha em glória? *Telmo*, áparte. Terá... *Magdalena*. O amigo e camarada antigo de seu pae?

Mas de dia!... não tendes receio, não ha perigo ja? *Manuel*. Perigo, pouco. Hontem á noite não pude vir; e hoje não tive paciencia para aguardar todo o dia: vim bem coberto com ésta capa... *Telmo*. Não ha perigo nenhum, meu senhor; podeis estar á vontade e sem receio.

*Magdalena*, surrindo. Isso agora!... *Telmo*. Do que vós. *Magdalena*, rindo. Ora, meu Telmo! *Telmo*. Mais, muito mais. E veremos: tenho ca uma coisa que me diz que antes de muito se hade ver quem é que quer mais á nossa menina n'esta casa. *Magdalena*, assustada. Está bom; não entremos com os teus agouros e prophecias do costume: são sempre de aterrar... Deixemo'-nos de futuros...

Quasi que es tu a sua donna, a sua aia de criação. Parece-me... eu sei... não falles com ella d'esse modo, n'essas coisas... *Telmo*. O quê? No que me disse o inglez, sôbre a sagrada Escriptura que elles teem em sua lingua, e que?...

TELMO, MAGDALENA; depois JORGE e MANUEL DE SOUSA *Magdalena*, ainda de fóra. *Jorge*, de fóra. Telmo, Telmo, abri se podeis... abri ja. *Telmo*, abrindo a porta. Aqui estou eu so. *Magdalena*, entrando desgrenhada e fóra de si, procurando, com os olhos, todos os recantos da casa. Estaveis aqui so, Telmo! E elle para onde foi? *Telmo*. Elle quem, senhora? *Jorge*, vindo á frente.

*Romeiro*, tirando o chapéu e alevantando o cabello dos olhos. Ninguem, Telmo, ninguem, se nem ja tu me conheces. *Telmo*, deitando-se-lhe ás mãos para lh'as beijar. Meu amo, meu senhor... sois vós? sois, sois. D. João de Portugal, oh, sois vós, senhor? *Romeiro*. Teu filho ja não?

O proprietario dos armazens chegou a mandar fazer caixas de embarque e n'esse estabelecimento se encaixotaram as armas dos grupos populares, que sahiram para o seu destino levando esta marca: Telmo Bandeira, S. Thomé. E a policia, sempre ás aranhas... Como descobriu ella, afinal, o tal fio da conspiração a que atraz alludimos?

*Romeiro*. Bem sei o que queres dizer. E é verdade isso? é verdade que por toda a parte me procuraram, que por toda a parte... ella mandou mensageiros, dinheiro? *Telmo*. Como é certo estar Deus no ceu, como é verdade ser aquella a mais honrada e virtuosa dama que tem Portugal.

*Telmo*. O mesmo!... Disse-vos o que sei, e o que é verdade; é um cavalleiro da familia de meu outro amo que Deus... que Deus tenha em bom logar. *Maria*. E não tem nome o cavalleiro? *Telmo*, imbaraçado. Hade ter: mas eu é que... *Maria*, como quem lhe vai tapar a bôcca. Agora é que tu ias mentir de todo... cala-te. Não sei para que são estes mysterios: cuidam que eu heide ser sempre criança!

Era um rapaz, mais moço do que eu, muito mais... e quando o vi a última vez... foi no alpendre de San'Domingos em Lisboa parece-me que o estou a ver tam mal trajado, tam incolhido... elle que era tam desimbaraçado e galan... e então velho! velho alquebrado, com aquelle ôlho que valia por dois, mas tam summido e incovado ja, que eu disse commigo: «Ruim terra te comerá cedo, corpo da maior alma que deitou Portugal!» E dei-lhe um abraço... foi o último... Elle pareceu ouvir o que me estava dizendo o pensamento ca por dentro, e disse-me: «Adeus, Telmo!

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