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Atualizado: 23 de outubro de 2025
Sonha decerto na esperança Com que se entrega á minha confiança: Sonha, quem sabe? na libertação Da cadeia que traz humilhação!... Margarida Minha filha! Meu Deus! Grande verdade!
Pela escada vê se a enfermaria onde os lampiões em fila dão uma claridade triste, que mostra os corpos moldados em branco, cahidos nos leitos: parece uma necropole subterranea e immensa. Se fosse luar... Ha que tempos que não sinto o luar. Era como um ruido branco que me envolvia outrora na floresta. Neva ás vezes luar. E havia ainda outras vozes... Sempre se sonha, quando certas noites nascem!
Visões atterradoras, casos fataes, carreira torta, lances mysteriosos, creanças que morreram sem baptismo... Até se diz que os primeiros momentos da morte são ainda apenas dormir, e que se sonha. Os chronistas referem o caso de se haver D. Pedro I levantado depois de morto, para confessar um peccado que não tinha dito. Acordada, sonha a gente ás vezes; e é bem bom.
Algumas, de viverem d'um passado de fogo, parecem mirradas, outras procuram mingoar, extinguir-se, não occupar logar na terra. E entretanto as mulheres vão cantando na mesma toada de catastrophe, que a noite traga, como farrapos de sonho espesinhado... Todas as noites o Gabiru lá vae sentar-se a um canto a scismar. Olha a Mouca sem palavra e sonha.
E a Noite escuta, empallidece, Um murmurio de voz esvoaça numa prece: Flébil, o ar magoando, Idillios suspirando, Duma estrella que nasce ao por-do-sol O canto chóra... lagrimas sem fim! A alma dum rouxinol Sonha com Bernardim. E desfez-se, apagou-se Em ondas de saudade o olor mais doce... Subito, heroico de saudades, Um canto accorda, funde o bronze das Edades!
E larva tenho sido. Mas larva a evoluir. A chrysallida que sonha asas. Sinto-as no auge da nevrose. Prendem á carcassa de linhas finas em que o Destino veiu pousar uma grande alma. Erguem a minha belleza amoral. Esta Belleza é pouco e é tudo. Por ella subjuguei forças proprias e extranhas a um só fim: sentir. Toda a gente odeia a Morte. Porque? Ella é o supremo bem.
Estas suspeitas tão frias, Com que o pensamento sonha, São assi como as harpias, Que as mais doces iguarias Vão converter em peçonha. Faz-me este mal infinito Não poder ja mais dizer, Por não vir a corromper Os gostos que tenho escrito, Co'os males qu'hei d'escrever. Não quero que s'apregôe Mal tanto para encobrir, Porque em quanto aqui s'ouvir Nenhuma outra cousa sôe, Que a glória de vos servir.
O Sentimento não se define: é indefinido; vago; misterioso; aspira, e não sabe o que quer; sonha, e não vê as visões do sonho; chóra, e mal sabe o que são lagrimas; corre, e não conhece a terra que pisa; ora, e não sabe que Deus lhe escuta a prece; exulta, ri, entristece, sisma, e não conhece quem lhe dêo tristeza ou alegria.
Aqui leitor socegado! Velho burguez d'outras eras! Depõe o livro de lado; Não leias estas chimeras! Não corras esta carteira Meu velho amigo sem dentes! Em quanto geme a chaleira Sonha em teus mortos parentes! Mas vós amigos dos sonhos Doces mysticas violetas, Castos selvagens tristonhos, E solitarios poetas!...
Depois ha a aspiração vaga, que nos faz caminhar para o Desconhecido. Caminhêmos. Sigamos a mão distante que nos acena. Dêmos por tudo o que formos encontrando. Chamam-nos visionaria! Que importa? Que tem sido a humanidade, senão visionaria! E como é grande a creatura quando sonha! E como é bella a alma a viver sentimentos, a visionar! O que é a Vida nua de chimera?!
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