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Mas quem será a mãe? perguntava elle, tentando descobrir nas feições indecisas da criança uma denuncia. Quem sabe lá, sr. abbade dizia a Josepha. E com a dobra da mantilha resguardava dos olhares cupidos e profanos do padre o peito alvo e apojado em que a criança mamava. Mas que grande bebeda, sr. abbade! rosnava a Joaqui\-na. Que grande... com licença de v. sr.ª... que grande cabra!
E não lhe bastava reprovar o amor como coisa profana: a snr.^a D. Patrocinio das Neves fazia uma carantonha, e varria-o como coisa suja. Um moço grave, amando sériamente, era para ella «uma porcaria!» Quando sabia d'uma senhora que tivera um filho, cuspia para o lado, rosnava «que nojo!» E quasi achava a Natureza obscena por ter creado dois sexos.
O sacco de lona estalava, repleto. Topsius, impaciente, tirára das profundezas do seio o seu relogio de prata. O nosso Lacedemonio, á porta, rosnava: D. Theodorico, es tarde, es mui tarde... Mas a minha bem-amada já sacudia o papel, coberto das letras que ella traçára, largas, impetuosas e francas como o seu amor: «Ao meu Theodorico, meu portuguezinho possante, em lembrança do muito que gozámos!»
Lá estavam; e através do batente de baeta verde, que fechava o gabinete do doutor, sentia-se as suas vozes pachorrentas palrarem. Em cahindo aqui é dia perdido! rosnava o velho. Tambem elle deixára a cavalgadura á porta do Fumaça, e a rapariga na praça... E o que teria a esperar na botica, depois!
Quando o tio Bernardo, deitando o barrete de pelles para o lado, começava a apontar para o tecto as nuvens de fumo do negro cachimbo de gesso, escusado era falar-lhe; só rosnava em resposta um dito de mau humor ou, quando muito, um disparate. Estava pensando no Brazil, no seu Brazil, como lhe elle chamava.
E n'essa manhã, depois de repicar a sineta no corredor, duas vezes o Bento empurrára a porta da livraria, avisando o snr. Doutor «que o almocinho, assim á espera, certamente se estragava.» Mas de sobre a tira d'almaço Gonçalo rosnava «já vou!» sem despegar a penna, que corria como quilha leve em agua mansa, na pressa amorosa de terminar, antes do almoço, o seu Capitulo I.
francamente a coisa não estava muito sólida, já até se rosnava um pouco, mas emfim os accionistas pertenciam áquella das bem-aventuranças, que premeia com o reino do ceu, o que elles queriam era bons dividendos, e esses davam-se, a cousa havia de caminhar; a questão era resolver aquelles embaraços da crise e depois ficava mais desaffogado.
Aqui desatou a chorar, levando aos olhos o avental miserável. O Palma e a mulher diziam não sei que monossílabos, o Farrusco rosnava. A outra prosseguiu: Não é por mim, sabem? não é por mim.
O tio Patricio, o antigo, negociante da Praça, muito liberal, e que quando passava pelos padres rosnava como um velho cão de fila, dizia ás vezes ao vêl-o atravessar a Praça, pesado, ruminando a digestão, encostado ao guardachuva: Que maroto! Parece mesmo D. João VI!
As mais pobres, com uma simples camisa de algodão de riscadinho multicôr, e sem mais joias que um rude talisman de coral, corriam, chalravam, mostrando nús os braços e o collo côr de medronho mal maduro... E sobre todas o meu desejo zumbia como uma abelha que hesita entre flôres de igual doçura! Ai Topsius, Topsius! rosnava eu. Que mulheres! Que mulheres! Eu estoiro, esclarecido amigo!
Palavra Do Dia