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Depois de El-Rei D. Affonso Anriques ter tomado Lisboa como se disse, logo naquelle anno seguinte andando a era de N. Senhor em mil e cento e quorenta e oito annos, , foi El-Rei sobre Alanquer, e Obidos, e Torres Vedras, e sobre outros Castellos da Estremadura, que ainda eram de Mouros, durando em os tomar seis annos, e depois que os teve assentados, e assi toda a terra da Estremadura, ajuntou todas suas gentes, e passou-se a Alentejo, onde fez grande destruição em os Mouros, tomando-lhes Alcacere, Evora, Elvas, Moura, e Serpa, e outros lugares até chegar a Beja, o qual tendo-a cercada entrou grande poder de Mouros pela Comarca da Beira a fim de retraher, e fazer cessar o dano que El-Rei em elles fazia em Alentejo, e cercaram Trancozo, e depois de combatido e tomado por força destruiram o logar, e deixaram-no, matando muitos Christãos, e levando muitos delles cativos.

Esto era em vespora de S. Miguel de Maio sete dias andado do mez, na era de mil cento e quorenta e sete annos, e chegados alli viram um sinal, que lhes esforçou muito mais os corações; viram uma estrella grande ardente com grande raio correndo pelo Ceo, da parte da Serra, que alumiava a terra, e foi ferir no mar. Vendo esto disseram logo todos. Senhor Deos todo poderoso a Villa é em vossas mãos.

Estando assi El-Rei D. Affonso com mui grande honra, e fama em Coimbra, foi-lhe cometido o cazamento com Dona Mofalda Anriques filha do Conde D. Anrique de Lara, e a elle aprouve-lhe muito de cazar com ella por estes respeitos, primeiramente por a Caza de Lara ser havida, por a mais alta linhagem de Espanha, esso mesmo porque em toda Espanha, não havia molher nhuma de linhagem de Reis a que elle não fosse mui chegado em parentesco, tambem por ella ser muito fermosa, e dotada de muitas virtudes, e bondades, e por tanto tomou mui grande contentamento deste cazamento, o qual foi feito em Coimbra, era de N. Senhor de mil cento e quorenta e seis annos havendo sete annos que fora levantado por Rei, e fazendo cincoenta e dous annos de sua idade, e por se não achar escrito nada das cousas, que se neste cazamento fizeram, nem como foram, se não poz aqui mais, que sómente cazar El-Rei, e o tempo em que cazou, pelo qual passando por esto, falaremos, como se El-Rei moveo depois para tomar a Villa de Santarem.

Sobre o qual mandou logo chamar o dito Ifante Conde, que era em Bolonha de França, não longe do Papa, que era na dita Cidade de Lião, ao qual Sua Santidade fez larga relação das couzas de Portugal, que até aquelle tempo eram passadas, e com esso as necessidades que hi havia pera com paz, e justiça se remediarem, e lhe encomendou, e mandou que asseitasse o Regimento, defenção, e governação do dito Rego, e fizesse como se delle confiava, e o Conde sem contradição, nem escuza consentio no dito cargo, e o asseitou, e esto foi em Lião a seis dias de Setembro de mil duzentos quorenta, e cinco annos .

Os annos, que neste mundo viveo ainda que se achem escritos em diversos modos, porém tirada a limpo com muita diligencia, a verdade desso, achei que viveo noventa e um annos; porque elle naceo na era de N. Senhor Jesu Christo de mil e noventa e quatro, cinco annos antes que a Caza Santa de Jerusalem fosse tomada aos Mouros pelo Duque Gudufre de Bulhão; e por morte de seu pai o Conde D. Anrique ficou elle de dezoito annos, e des então foi chamado Principe vinte e sete annos, e despois chamado Rei quorenta e seis annos, e sendo alçado Rei em idade de quorenta e cinco annos, que são assi por todos noventa e um annos, em que o Senhor Deos aprouve leva-lo para si, tres annos antes que a Caza Santa se tornasse a perder, e tomar de infieis, pelos peccados dos Christãos, tolhendo N. Senhor a este virtuoso Rei, que não visse tão grande pezar, quem lhe tanto mereceo empunhar pela sua Santa .

No quaal tempo se compriam cento e quorenta e hum annos, que a dicta Ordem fora principiada do tempo do Papa Gelasio, como atraas fiqua. Como ho Papa, e ElRei de Frãça noteficaraõ ha ElRei D. Diniz esta condenação dos Templarios, e de sua Ordem.

Quando veio em dia dos Martyres S. Chrispino, e Chrispiniano, que é aos vinte e cinco dias do mez de Outubro, andando a era do Senhor em mil cento quorenta e sete annos, foi a Cidade mui rijamente, e com grande determinação combatida, dando o Senhor Deos tanta graça aos Christãos, que seu esforço, e gram devação de peleijar por seu serviço, passava pelas muitas feridas, e mortes, e todas outras grandes difficuldades, e perigos do combate, havendo elles todo por menos, pelo grande pezar que tinham em lhe parecer que todo seu trabalho seria debalde, e Deos não servido, se a Cidade se não tomasse, e assi com este fervor, e mui animosa determinação, poendo em fim o que os seus devotos corações tanto desejavam, entraram a Cidade por força.

E esto foi quatro dias por andar de Fevereiro era do Senhor de mil cento e quorenta e cinco annos e porque vio o Prior a quem elle dantes dera a Villa lha não guardára bem, poz em ella, e no Castello tal guarda, como compria para sua defensão, que lha não podessem assi os Mouros outra vez ligeiramente tomar, e tornou-se a Coimbra.

E nesta jornada tardou da entrada de Junho do dicto anno de mil trezentos e quatro, em que entrou em Castella, e elle era ha este tempo de idade de quorenta e tres annos, e avia vinte e sinco annos, que Regnava. Das ajudas, que ElRei D. Fernando de Castella, ouve delRei D. Diniz, pera ha guerra dos Mouros de Grada.

Foi tomada Leiria del-Rei Ismar era de N. Senhor de mil cento e quorenta annos . Quando o Prior de Santa Cruz a que chamavam Theotonio homem ante El-Rei muito estimado, vio tomada Leiria, que lhe El-Rei D. Affonso com muita devação, e vontade tinha dado, tomou em si grande pezar, e partindo-se do Moesteiro, foi-se a guerrear ás terras de Alentejo, que os Mouros pessuiam, onde tomou a Villa de Arronches, e em quanto assi o Prior andou guerreando, El-Rei D. Affonso tendo grande pezar por se assi tomar Leiria, ajuntou outra vez gente, e foi sobre ella, e Deos que sempre o ajudava em todos os seus feitos, lhe deu tão boa esquença, que por força a tornou a tomar, posto que os Mouros a mui bem defendessem.

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