Vietnam or Thailand ? Vote for the TOP Country of the Week !
Atualizado: 15 de junho de 2025
Não seja o cuidado Tão vosso inimigo, Que queira o perigo De ser desamado. Mas nunca foi tal Este meu querer, Que a quem tanto quer, Queira tanto mal Seja eu maltratado, E nunca o castigo Vos mostre o perigo, Qu'he ser desamado. Ver, e mais guardar De ver outro dia, Quem o acabaria? Voltas. Da lindeza vossa, Dama, quem a vê, Impossivel he Que guardar-se possa.
Se na condição Está serem verdes, Porque me não vedes? Trocae o cuidado, Senhora, comigo; Vereis o perigo, Qu'he ser desamado. Voltas. Se trocar desejo O amor entre nós, He para qu'em vós Vejais o que vejo. E sendo trocado Este amor comigo, Ser-vos-ha castigo Terdes meu cuidado. Tendes o sentido D'Amor livre e isento, E cuidais qu'he vento Ser tão mal querido.
Mas vós como sois malvada, Que de hum pouco mais de nada Fazeis hum homem armado, Como quem 'stá sempre armada! Dizei-me, Solina, mana. Qu'he isso? Tirae lá a mão: Oh! vós sois mao cortezão. O que vos quero m'engana, Mas o que desejo não. Não ha aqui senão paredes, As quaes não fallão, nem vem. Está isso muito bem. Bem: e vós, Senhor, não vêdes Que poderá vir alguem? Que vos custão dous abraços?
E se este gôsto sobejo De minha dor me sentistes, Julgae quanto mais desejo As horas que vos não vejo, Que os dias em que me vistes. O tempo, qu'he desigual, De seccos, verdes vos tem; Porqu'em vosso natural Se muda o mal para o bem, Mas o meu para mor mal. Se perguntais, verdes prados, Pelos tempos differentes Que de Amor me forão dados, Tristes, aqui são presentes, Alegres, ja são passados.
Essa garganta merece Outras palavras não minhas, Senão qu'he feita em rosquinhas D'alfenim, ao que parece. Eu sei bem quem se offerece A tomar tudo o que tendes, E tambem os olhos verdes. Essas mãos são ferropeas: Só o vê-las enfeitiça; Senão que são alvas, cheias, E tẽe a feição roliça; Com que appellais por justiça, Para com ellas prenderdes Quem vê vossos olhos verdes.
Vereis o mais perdido E mais infeliz corpo qu'he gerado; Qu'está ja convertido Em chôro, e neste estado Somente vive nelle o seu cuidado. Ólha a formosa Flora; De despojos de mil suspiros rica, Por o Capitão chora, Que lá em Thessalia, emfim, vencido fica, E foi sublime tanto, Que altares lhe deo Roma e nome santo.
E s'este Amor no mundo está de sorte, Que na virtude só d'hum lindo objecto Tẽe hum corpo, sem alma, vivo e forte; Onde este objecto falta, qu'he defecto Tamanho para a vida, que ja nella M'está chamando á pena a dura Alecto; Porque me não criára a minha Estrella Selvatico no mundo, e habitante Na dura Scythia, e no mais duro della?
Ferio com arco, e de arco foi ferido, Com ponta aguda de ouro reluzente: Nas Thessalicas praias docemente Por a nympha Penea andou perdido. Não lhe pôde valer contra seu dano Saber, nem diligencias, nem respeito De quanto era celeste e soberano. Pois se hum deos nunca vio nem hum engano De quem era tão pouco em seu respeito, Eu qu'espero de hum ser, qu'he mais que humano?
Se me não impedir o meu desejo; Porque o que vejo, emfim, me torna a vida. Porém a natureza, Que nesta pura vista se mantinha, Me falta tão asinha, Como o sol faltar soe á redondeza. Se houverdes qu'he fraqueza Morrer em tão penoso e triste estado, Amor será culpado, Ou vós, ond'elle vive tão isento, Que causastes tão largo apartamento, Porque perdesse a vida co'o cuidado.
Mas inda isto de mi cuidar não posso, D'estar muito soberbo com ser vosso. Se por algum acêrto Amor vos erra Por parte do desejo, commettendo Algum nefando e torpe desatino; E s'inda mais que ver, emfim, pretendo; Fraquezas são do corpo, qu'he de terra, Mas não do pensamento, qu'he divino. Se tão alto imagino Que de vista me perco, ou pecco nisto, Desculpa-me o que vejo.
Palavra Do Dia
Outros Procurando