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Atualizado: 7 de junho de 2025


Fôra aquelle singular Morgadinho de Poyaes, que não era nem Morgadinho nem de Poyaes, e apenas um ricaço excentrico de ao d'Alcobaça que comprára aquella velha propriedade dos fidalgos de Poyaes, e que com a posse da terra recebia do povo da freguezia a honra do titulo: fôra esse santo cavalheiro que o livrára dos enjôos no paquete e dos acasos da emigração.

O chefe da estação não estranhou porque o Morgadinho passava no districto por maluco. Foi ahi, nos Poyaes, logo ao outro dia da sua chegada, que João Eduardo soube que Amelia e D. Josepha estavam na Ricoça. Soube-o pelo bom abbade Ferrão, o unico sacerdote a quem o Morgado fallava, e que recebia em casa, não como padre, mas como cavalheiro. Eu como cavalheiro estimo-o, snr.

Viera fallar ao senhor vigario geral, fôra depois ao Silverio para lhe pedir aquelles dois volumes, vinha alli aviar uma receita para um velho da freguezia, e tinha d'estar de volta aos Poyaes ao toque das duas horas. O conego insistiu; era um instante, e o caso parecia curioso... O abbade então confessou ao caro collega que eram coisas que não gostava d'examinar.

Tinha quasi vontade de montar a cavallo, voltar á Barrosa desfazer o ajuste. Mas uma inercia retinha-o. Depois, nada o forçava á noite a entregar a criança á Carlota... Podia leval-a bem agasalhada á Joanna Carreira, a boa ama dos Poyaes...

Mas o doutor Gouvêa desapprovou a jornada. O ar muito picante e muito rico do mar não convinha á fraqueza de D. Josepha. Era preferivel irem para a quinta da Ricoça, nos Poyaes, logar abrigado e muito temperado. Foi um desgosto para o pobre conego, que prodigalisou as lamurias. O quê! ir enterrar-se todo o verão, o melhor tempo do anno, na Ricoça! E os seus banhos, meu Deus, os seus banhos?

Dizia-se que João Eduardo ia ser o administrador da casa... E entrevia-se vivendo nos Poyaes, passeando na caleche do Morgado, chamada para jantar por uma campainha, servida por um escudeiro de libré... Ficava muito tempo immovel, banhada na doçura d'esta perspectiva, emquanto o abbade e o doutor ao fundo do terraço pelejavam sobre a doutrina da Graça e da Consciencia, e monotonamente a agua das regas murmurava no pomar.

Eu mandei-lhe dizer, não? está ainda nos Poyaes. O Morgado está mal do figado. E o João Eduardo diz que está tisico... que eu não sei, nunca mais o vi... Quem m'o disse foi o Ferrão. Como vai elle, o Ferrão? Bem. Sabe quem eu vi ha dias? A Dionysia. E então? O conego disse uma palavra baixo ao ouvido do padre Amaro. Deveras, padre-mestre? Na rua das Sousas, a dois passos da sua antiga casa.

Apenas viu João Eduardo em Lisboa e soube da viagem proxima, teve immediatamente a idéa de o trazer para Leiria, installal-o nos Poyaes, e entregar-lhe a educação das primeiras letras dos seus dois pequenos como um insulto estridente feito a todo o clero diocesano.

Não tinha tempo de correr aos Poyaes e acordar a outra ama... A Dionysia não tinha leite... Não o podia levar para a cidade... Oh! que desejo furioso de bater áquella porta da quinta, precipitar-se para o quarto d'Amelia, metter-lhe o pequerruchinho na cama, muito agasalhado, e todos tres ficarem alli como no conchego d'um céo! Mas quê, era padre! Maldita fosse a religião que assim o esmagava!

Vendo-a sempre tão tristonha, interessára-se por ella; para Amelia, as visitas do abbade eram uma distracção, n'aquella solidão da Ricoça; e assim se iam familiarisando, a ponto que nos dias em que elle regularmente vinha, Amelia punha um mantelete e ia pelo caminho dos Poyaes esperal-o até junto á casa do ferrador.

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