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Negaram a solidão em todo o universo, confiado ao império sempiterno de demónios e anjos que encarnavam na poeira, no vento, na folha e na neblina, em rochedos e águas e no murmúrio da asa mais leve do menor insecto, sorrindo, consolando e castigando, soltando com igual prodigalidade afagos e ameaças, esperanças e terrores, a indulgencia, a ira e o escárnio, a abundância e a fome, o mal e o bem, toda a infinda vibração das nossas almas.

A penna corria-me de vontade, no fremito da inspiração, e as perolas, crystalisações do muco lacrimal, saltavam-lhe dos bicos quando a defunta levava atraz da sua podridão muitas carruagens, e era suffragada na egreja refulgente de tochas, em uma neblina de incenso, por uma berrata fanhosa e barbarêsca de levitas, com barrigas basilicaes, que decerto, se os transportassem ás missões africanas, ririam ás escancaras da algazarra que fazem os cafres á volta de um morto.

Como um vento de morte e de ruina, A Duvida soprou sobre o universo. Fez-se noite de subito, immerso O mundo em densa e algida neblina. Nem astro reluz, nem ave trina, Nem flôr surri no seu aéreo berço. Um veneno sutil, vago, disperso, Empeçonhou a criação divina. E, no meio da noite monstruosa, Do silencio glacial, que paira e estende O seu sudario, donde a morte pende,

Mas, por que espesso véo de lagrimas se não filtrava este raio de longinqua felicidade, illuminando-o e iriando-o como um reflexo de sol moribundo através de neblina humida em tarde de tempestade! Era esse o arco-iris da esperança, gravado em traços multi-côres, d'um abysmo a outro, sobre um céo plumbeo. O pae Regnau, dizia Rosina costumava dizer que a felicidade era uma bola de sabão.

O pôr do sol entre a neblina que cobria os horisontes fazia lembrar as paginas de Chateaubriand na sua Voyage en Amérique, paginas esculpturaes e cheias da commovida nostalgia dos que se vão da patria... Quanta verdade nas sumptuosas descripções do poeta! Quanta poesia n'aquellas paragens desertas da foz do Mississipe, Sahara de neve estendendo-se a perder de vista nos horisontes sem fim!

A neblina que se percebe por entre a porta em arco da cidade, no seu tom cinzento violaceo tem perfeitamente o tom do amanhecer dos dias lindos do Alemtejo. Este quadro, destina-se a ornamentar a escadaria do sumptuoso palacio do snr. Barahona, d'Evora, um dos homens que mais tem acompanhado e protegido a Arte nacional. Destacam-se para mim depois, n'esta exposição, os retratos.

Vão, constante, Morrerei crendo em ti... e o azul distante Olhando como um sabio ou um doente!... Mas, eu não preso a tarde ensanguentada... Nem o rumor do Sol! quero a calada Noute brumosa junto do Oceano... E assim, sem ai nem dôr, entre a neblina, Morrer-me, como morre a balsamina, E ouvindo, em sonho, os ais do teu piano. Eu morrerei, ó languida trigueira!

Cobriam-na flores cheiinha e todas ellas eram como pequeninas boccas a chamal-o, com uma voz conhecida. Ao luar, na luz indecisa da noite, lhe pareceu a Arvore como um branco phantasma a fugir e a chamal-o. Baixaram-se os seus troncos para o tomar e ouvindo aquella voz amiga, desfalleceu apertado, morto, levado pelos ramos... Natal... Está um dia fosco de neblina incerta e tristeza.

Todavia a historia é que não admitte hypotheses romanescas e devaneios poeticos; e á historia pertence o testemunho de Baden, companheiro da infancia de Beethoven, pelo qual sabemos que os primeiros rudimentos de musica os aprendera elle com violencia, e que abancava ao piano quando a voz paterna trovejava ameaçadora. O grande genio de Beethoven faz lembrar o oceano velado pela neblina.

Parei a reflectir na minha posição e no que eu ia ser n'aquella casa que de novo me abria suas portas hospitaleiras, quando, atravez da neblina brancacenta e onde ella era mais rara, descubri um vulto que vinha a mim de entre as árvores do parque. O vulto era de mulher e parecia uma sombra, uma apparição phantastica em meio d'aquella scena mysteriosa, so, triste.

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líbia

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