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O anjo Que partira o sepulchro, um robusto marmanjo, Desaparafusando as azas d'oiro e o nimbo, Pede ao velho Caiphaz lume para o cachimbo E grave e silencioso, a um canto o thesoureiro Judas reparte, empilha em montes o dinheiro Da recita, tirando o quinhão do empresario O Papa a quem pertence o Theatro do Calvario.

Vae alto o Sol; de ha muito manifesta Que brilha no seu ponto mais radioso, E que são horas de dormir a sesta. MARIA, sem o fitar, serena: E vaes dormir? JUDAS cerrando as palpebras: O Livro dos Proverbios Alguma coisa diz... «Quem se julgar Com pequenos desgostos, exacerbe-os A dormir, a dormir... e a sonhar...» Se durmo, para onde é que foge a vida? Para fóra de mim quem a conduz?

JUDAS caricioso: Deixa-te pois Ficar junto de mim, que facilmente os dois Teremos na conversa um passatempo. Fica. E mentalmente: Vejamos se o que diz me excita ou pacifíca. Ha um grande silencio. Maria desceu mansamente e ficou de junto do primeiro degrau, o olhar sempre absorto, os braços inertes ao longo do corpo.

Como um preso que quer comprar um carcereiro, Judas tirou do manto a bolça do dinheiro, Dizendo-lhe: Aqui tens, e deixa-me partir... O gigante fitou-o e começou a rir.

JUDAS solta um suspiro, e erguendo o olhar, expandindo a sua alma: Porque motivo, ó Deus, esta injustiça? Desegualdade sem razão, medonha! Uma alma pura, virginal, submissa; Outra, vertendo em lagrimas peçonha! Ah! fatal e profundo sentimento, Que tens do abismo a attracção e o horror!

No entretanto, Judas voltou do Templo em cuja caixa fôra lançar o dinheiro da traição, e quedou-se encostado á muralha junto ao angulo. D'ali ouvira as ultimas palavras de João e os brados de Gamaliel. JUDAS com desdem: «Gloria ao profeta novoInsensatos! João, Vaes procurar a Morte! E eu... a expiação!

Como S. Paulo figura quasi sempre entre os apostolos quando se representam reunidos em numero de onze, resulta que se supprime geralmente um; as mais das vezes é S. Mathias, o successor do traidor Judas, algumas vezes tambem S. Judas ou qualquer outro apostolo.

HANAN radiante de alegria, ao ouvido de Judas: Ganhámos, afinal! Serás recompensado Pelo teu grande zelo, ó Judas. JUDAS soturno: Obrigado... Um prémio te darei. Trinta moedas; queres? De prata! JUDAS indifferente: Sim, Hanan... Acceito o que me deres. O OSTIARIO que appareceu no terraço: Chamaste-me?

JUDAS impedindo-lhe a passagem: E a maldição ha de ir seguindo-te as pisadas! A tua maldição... as tuas gargalhadas!... Como o teu odio é bom! Inda não é bastante Odiar-te! Se de ti fizesse minha amante, Como eu satisfaria este voraz desejo: Ferindo em cada olhar, mordendo em cada beijo!

Não distante da porta, Judas está sentado no poial, as pernas cruzadas sob a tunica, e tendo nos joelhos um grande rôlo aberto onde attento as Sagradas Escripturas. João, no limiar da porta, sem manto, a tunica á cintura aconchegada por uma velha corda de linho que foi branco, braços cruzados, medita e lança de quando em quando olhares furtivos e penetrantes, que prescrutam Judas.

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