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Atualizado: 13 de outubro de 2025


Dizes no teu artigo que o quadro é propriedade do conde de Loreto, que o comprou em Roma, com a condição de que Esther fosse o retrato de sua futura mulher, e isso não é verdade. Meu amigo, ás vezes a mentira, que tem alguma cousa de santa, é indispensavel. Comtudo o conde não te comprou o quadro. Mas se eu lh'o offereço. Isso não póde ser. Tu és pobre e nos não consentimos... Mau!

Não ha quadro do mundo que valha essa quantia. O pae não conhece Ernesto. Mas entendamo-nos. Que é que tu queres? Que elle retire o quadro? Não é sómente que o tire da exposição, como tambem que publique nos jornaes um artigo, assignado por elle, dizendo que o quadro é do conde, o qual teve o capricho de que Esther fosse o retrato da esposa. Pois bem, falarei com Ernesto, e tudo se arranjará.

Felizmente sou rico, e sei avaliar o valor das obras como a tela de Esther. Tenho tambem que advertir-lhe, senhor conde, de que um correspondente da casa de Rotschild me fez proposta sobre o quadro. Rotschild é mais rico do que eu, disse o conde, sorrindo-se, mas tenho mais direitos do que elle ao quadro a que nos referimos.

«A partir d'ahi o conde passou a visitar-me todas as manhãs, passando algumas horas no meu atelier vendo-me pintar. «Um dia, ao ter quasi terminada a minha obra, occupava-me em retocar a figura de Esther, quando o conde me disse: «Meu amigo, tenho um capricho de homem rico que desejava satisfazer.

«Não ha regras para a Invenção, porque a arte de imaginar não se communica; mas podem haver conselhos uteis. Racine, quando compunha as suas tragedias fazia todos os esforços para entrar nos sentimentos que queria dar a Hippolito, a Phedra, a Athalia, e a Esther

Que é? disse elle firmando as mãos nos gomos do divan da condessa mãe. Pode fallar-me da sua pre-historia, porque o meu amigo doutor teima em satyrisar os meus padecimentos. Vamos, sente-se aqui. Mas a partida... O doutor vae substitui-lo, sim? E a condessa assim me desterra tão cruelmente! Ella estendeu-me a mão dizendo: Será por pouco tempo. Fui. Esther não viera ainda.

Chegou o theologo? desafiou então um ministro do altar? Barbaro! Cruel! Desalmado! Qual! Tenho um projecto. Acceite este charuto, aqui tem lumes, sente-se e conte-me o projecto. O alvo do irmão de Esther fica perto da estufa; pois não fica? Creio que sim. O senhor vae alli exercitar-se muitas vezes, segundo me disse o Alvaro. Vou. Ouça. Eu levanto um caixilho da estufa...

«Espero da sua amabilidade que publicará esta carta no seu acreditado jornal que tão dignamente dirige, pois importa ao senhor conde de Loreto e ao que subscreve a presente carta, desvanecer certas equivocas apreciações que uma parte do publico que visita a Exposição de pintura tem feito sobre o meu quadro de Esther.

Se o senhor não se escandalizasse e quizesse, a cabeça da rainha Esther poderia ser o retrato da senhora que em breve será minha mulher. Ha algum inconveniente n'isso? «Nenhum, senhor conde, lhe respondi.

Acaba de chegar de Roma com o quadro de Esther; em Roma estive este verão e esteve tambem meu marido. Nada tão facil e tão interessante para a sublime obra que expôz n'um dos salões da Exposição de pintura, como inventar uma d'essas anecdotas que fazem na posteridade parte da historia de um quadro.

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