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Atualizado: 13 de julho de 2025


Esther era trigueira e alta, de uma distincção unica e de uma elegancia sem rival. O esmalte dos seus dentes destacava fresquissimo no vermelho das gengivas, como um adereço rico num estojo de velludo cereja. Nada mais explendido que a linha do seu busto nervoso e cinzelado, e a redondeza das suas espaduas reaes, surgindo de espumas de renda na fervilhação opulenta dos bailes. Fui ter com o judeu.

Amparo deteve-se, como se tivesse commettido alguma imprudencia. Mas se lhe peço uma entrevista, continuou, ainda que esta seja com a nobre intenção de evitar uma desgraça, se se sabe que a mulher do conde de Loreto e o auctor do quadro de Esther se viram sem testemunhas, então...

Todos respeitaram a taciturnidade do pintor, porque todos o estimavam e se compadeciam da sua incomprehensivel tristeza. Assim se passaram quinze dias. A exposição de pintura abriu as portas ao publico, e o quadro de Ernesto arrancou um grito de admiração aos espectadores. A figura de Esther era uma obra tão perfeita como a Virgem de Murillo.

O conde annuiu com uma condição: a de comprar-lhe o quadro pelo preço em que o senhor o avaliasse; e effectivamente fechou-se o negocio por vinte e cinco mil duros. Tudo isto é o mais natural do mundo. Ninguem depois de lêr nos jornaes a historia da parecença de Esther com a condessa de Loreto, assignado por si, será capaz de dizer que semelhante declaração foi escripta pela mão de um medroso.

Se o senhor se nega a vender-me o quadro, mas se deseja evitar a minha mulher graves desgostos, creio que por fim cederá a publicar um artigo nos jornaes em que explique satisfatoria e convincentemente para todos, a similhança que tem a figura de Esther com Amparo. E o conde, levantando-se ajuntou: Pense, e pense tambem nas graves consequencias que a todos podem trazer a sua negativa.

Oh castidade loira de vinte annos! E apertava-me tanto as mãos... Sim? Depois, um beijo... ou dois... ou tres... Falle com franqueza, disse-me ella. O senhor ama-me. Eu estava a tremer como um poltrão. Ouça, tornou Esther; fiz um juramento. Qual? perguntei em voz baixa. Que não amaria ninguem mais. A não ser... A não ser?...

Assim, pois, começarei por lhe dizer o que o senhor não ignora, e é que a cabeça de Esther não é outra cousa senão o retrato de minha mulher, a quem o senhor conheceu em Roma e em Florença.

«Verdadeiro enthusiasta pela pintura, o conde de Loreto, protector dos artistas, propôz-me comprar o quadro por uma quantia bastante elevada; attendendo ao pouco ou nenhum merecimento da minha tela, acceitei o negocio e ficou desde então o quadro de Esther sendo propriedade do conde de Loreto.

O senhor tem mais direito?! exclamou Ernesto, comprehendendo o ponto para onde o conde desejava levar a conversa. Sim, porque o senhor não ignora que a cabeça de Esther tem uma grande parecença, parecença de retrato perfeito, com uma mulher que tenho em muita conta, e cujo bom nome me importa mais do que e vida.

Que aquelle vaso de pedestal apparecesse em pedaços um dia, sem ninguem lhe tocar. Mas isso é impossivel. Então veja se posso amá-lo. Ella estava tão triste!... Talvez não creia: chorei! Callamo-nos, porque n'aquelle instante, uma voz fresca deu uma risadinha á porta, e as senhoras correram para uma rapariga de branco, que vinha entrando. Era Esther.

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