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Direi mais: a maioria dos leitores dos romances de Eça perdia o fio da efabulação, levada, attrahida como que n'uma suggestão hypnotica pelo pormenor picante que lhe passava, nos lombos, um arrepio delicioso... Quem viu na Reliquia, por exemplo, o castigo da hypocrisia e a rehabilitação do hypocrita quando se decidiu a trabalhar e a pôr de banda a mentira?

Quando o CRIME DO PADRE AMARO e o PRIMO BAZILIO de Eça de Queiroz estalaram como gritos de guerra nos dominios das lettras portuguezas, fez-se á volta do recem-chegado um clamor de admiração, que, para ser justo, precisava de ser consciente. Quem isto escreve applaudiu e deu a razão do applauso. O romancista felicitou o critico pela comprehensão do trabalho e dos intuitos.

Se com a natureza essencialmente artistica de Eça do Queiroz fosse compativel a humildade de uma explicação n'essas bases, o seu livro teria no leitor uma influencia de muito maior alcance moral. Mas um artista tem a obrigação de se não explicar, o que seria invadir uma funcção alheia na justa divisão do trabalho intellectual moderno.

E os positivistas de principiaram tambem a fazer as suas experiencias e verificaram, com espanto, que nós ainda não tinhamos uma communa, mas que agigantadamente caminhavamos para ella e que horror! eram elles com os seus excepcionaes talentos, com os seus maravilhosos livros, com os seus artigos de mestre, quem mais concorrera para a anarchia das ideias e para o quietismo n'essa anarchia, onda de lama que subverteria tudo, sob a formula, propheticamente visionada por Eça, da balburdia sanguinolenta...

Tal é o caso de pathologia social, caso profundamente verdadeiro, medonho, tragico, sobre o qual Eça de Queiroz escreveu O Primo Bazilio, romance realista. Realista porque? Por isso mesmo que exprime uma convicção social, e é esse o caracteristico essencial da arte moderna.

O Primo Bazilio, novo romance de Eça de Queiroz, é um phenomeno artistico revestindo um caso pathologico. Para bem se comprehender esta obra é preciso discriminar o que n'ella pertence á jurisdicção da arte e o que pertence aos dominios da pathologia social. Eis a doença que este livro accusa: A dissolução dos costumes burguezes. O mais caracteristico symptoma d'esse mal é a falsa educação.

A morte de Carmen, a caçada na India, escreveu-as Eça com a penna que mais tarde, convertida ao realismo, contará a agonia de Luiza, a burgueza peccadora, e as soirées de Leiria, entre padres e devotas; a carta de Rytmel á condessa, a descripção do claustro no Minho, as reflexões da pobre amante desvairada, antes da fuga que ia roubal-a para sempre á sociedade em que ella tinha vivido, á casta a que pertencia, revelam todas as qualidades do espirito observador e amante do pittoresco, que fez de Ramalho Ortigão um dos melhores criticos de costumes da litteratura contemporanea.

Mas, como diz Xavier de Carvalho n'um pequeno esboço critico a respeito de Francisco Gouveia: «quiz ser o artista naturalista no minucioso detalhe, começando por nos dar um Eça de Queiroz apanhado n'uma pose verdadeiramente natural e sincera.

Disputou a posse do morgadio de S. Pedro de Fajozes, no concelho da Maya, a sua prima D. Joanna de Eça, da casa de Cavalleiros. Ganhou a demanda. Em seguida, casou com D. Philippa de Athaide, filha de Martim Lopes de Azevedo, decimo primeiro senhor da casa e solar d'Azevedo e da Villa de Souto. Tiveram seis ou mais filhos; parte d'estes morreram na India.

Nas capellas pendiam as armações de paninho negro agaloadas de prata; ao centro, entre quatro fortes tocheiras de grosso murrão, estava a eça, com o largo pano de velludilho cobrindo o caixão do Moraes, recahindo em pregas franjadas; á cabeceira tinha uma larga corôa de perpetuas; e aos pés pendia, d'um grande laço de fita escarlate, o seu habito de cavalleiro de Christo.

Palavra Do Dia

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