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Atualizado: 2 de junho de 2025


A Dionysia entrou, pousou o pucaro da agua sobre o lavatorio, tossiu, e fallando sobre as costas d'Amaro: Ó senhor parocho, olhe que isto assim não tem geito. Hontem iam vendo sahir daqui a pequena.

Physica recreativa, muito interessante! murmurou o escrivão de direito ao ouvido d'Amaro. Mas o parocho não o escutava; bailava-lhe na imaginação «o famoso estratagema». Ah! mal voltasse a Leiria, havia de tratar Amelia como uma sombra e fugir-lhe para ser seguido... E o resultado delicioso alli estava tres paginas de paixão, com manchas de lagrimas no papel.

Era horrível!... Mas a idéa implacavelmente apoderára-se d'ella como um braço muito forte que a suffocava e lhe dava uma agonia deliciosa. E então o antigo amor, que o despeito e a necessidade tinham recalcado no fundo dasua alma, rompeu, inundou-a: murmurou repetidamente, com paixão, torcendo as mãos, o nome d'Amaro: desejou avidamente os seus beijos oh! adorava-o!

Commettera, alli, a culpa mais grave do sacerdote catholico: o que sabia d'Amaro, dos seus amores, era em segredo de confissão; e era trahir o mysterio do sacramento, mostrar que desapprovava aquella insistencia no peccado. Tirou muito baixo o seu chapéo e disse humildemente: Tem vossa senhoria razão. Peço perdão do que disse, sem reflectir. Muito boas tardes, senhor parocho.

E via-se sempre na rua a Dionysia com o seu chale de xadrez traçado, o pesado seio tremendo dentro d'um chambre sujo, o passinho discreto e os antigos sorrisos mas a que faltavam os dois dentes de diante. O conego logo n'essa tarde deu parte á S. Joanneira da resolução d'Amaro. Foi um grande espanto para a excellente senhora! Queixou-se, com amargura, da ingratidão do senhor parocho.

A vida d'Amaro tornou-se monotona. Março ia muito molhado, muito frio; e, depois do serviço na , Amaro entrava em casa, tirava as botas enlameadas, ficava em chinelas a aborrecer-se.

Correu para a portinha verde do pomar que quasi immediatamente se abriu; e a Dionysia, sem uma palavra, poz-lhe nos braços um embrulho. Morta? perguntou elle. Qual! Vivo! Um rapagão! E fechou a porta devagarinho, quando os cães, farejando rumor, começavam a ladrar. Então o contacto do seu filho, contra o seu peito, desmanchou como um vendaval todas as idéas d'Amaro.

O conego Dias recommendára muito a Amaro que ao menos nas primeiras semanas, para evitar as suspeitas da mana e da criada, não fosse á Ricoça. E a vida d'Amaro tornou-se então mais triste, mais vazia que outr'ora, quando pela primeira vez deixando a casa da S. Joanneira viera para a rua das Sousas.

Parou para voltar á decerto, evitar o encontro; mas viu o portão fechado, e ia seguir d'olhos baixos, ao lado do bom Silverio que tirava tranquillamente a sua caixa de rapé, quando João Eduardo, arremessando-se, sem uma palavra, atirou a toda a força um murro ao hombro d'Amaro. O parocho, aturdido, ergueu frouxamente o guardachuva.

Promettia então não voltar a casa do sineiro; mas quando o dia chegava, á idéa d'Amaro, do leito, d'aquelles beijos que lhe levavam a alma, d'aquelle fogo que a penetrava, sentia-se toda fraca contra a tentação; vestia-se, jurando que era a ultima vez; e ao toque das onze partia, com as orelhas a arder, o coração tremendo da voz da Tótó que ia ouvir, as entranhas abrazando-se no desejo do homem que a ia atirar para cima da enxerga.

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