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Disse elle timidamente o seu intento a Maria das Dôres. Ocioso é dizer que foi contrariado com estirados e repetidos discursos. Tal motivo deu fonte caudal para querellas de algumas semanas. Gonçalo, feito o seu proposito, cogitou em machinar traças para tirar a menina; mas nenhuma lhe dava azo a saír-se bem com o seu louvavel intento.

As vãas querellas, brandas e amorosas, Sejão de vós tratadas brandamente; Verdades d'alma pouco venturosas, Sahidas com suspiro vivo e ardente: Em vossas mãos s'entregão valerosas, Porqu'ao futuro vivão entr'a gente, Chorando sempre a antigua crueldade, Para mover as almas a piedade.

E vós, que descuidada Agora vivereis de taes querellas, D'almas minhas cercada, Não pudesseis tirar os olhos dellas; Não póde ser que, vendo a vossa entr'ellas A dor que lhe mostrassem, Tantas huma alma não abrandassem.

Onde depois de em pessoa recontar suas querellas e aggravos, com mais graveza por ventura do que foram em effeito, El-Rei por satisfazer a ella e cumprir a vontade dos Infantes, enviou ao Infante D. Pedro uma e muitas vezes mui continuas embaixadas, umas brandas e outras com aspereza, umas mostrando desejar paz, e outras mais desafiando guerra, apontando sempre taes meios em favor e contentamento da Rainha, que a sem razão e o desserviço d'El-Rei de Portugal e o dano do seu reino, que claramente comsigo traziam, conselhavam que se não acceitassem; especialmente porque em todos se requeria que a criação d'El-Rei e do Principe seu irmão e irmãs fosse á desposição da Rainha, ou ao menos em poder de dois cavalleiros, quaes a ella prouvesse, que fossem de todo isentos da juridição e mandado do Infante, o que o reino todo por causas mui evidentes e necessarias sempre contrariou, e muito mais o Regente, que mostrava haver por singular bem-aventurança e grande repouso para si e para seus filhos o amor d'El-Rei, de que tinha certa esperança, pois com tanto amor e perfeição o criava, e de que seria desesperado se fóra de seu poder, e com seu odio e de muitos outros o criassem.

E o Infante D. Pedro se foi com El-Rei á cidada do Porto, onde tornaram a elle sobre o mesmo caso da Rainha quatro embaixadores, dois em nome d'El-Rei de Castella, e dois em nome do seu povo; porque a Rainha D. Lianor, quando viu os primeiros embaixadores tornar com resposta á sua esperança e desejo tão contraira, começou claramente de conhecer os enganos em que caira, e lastimando-se d'isso aos Infantes seus irmãos, elles por em alguma maneira cumprirem com ella, fizeram com El-Rei que os procurados dos povos de seus reinos em côrtes ouvissem, como ouviram suas querellas e agravos contra o Regente, e com tal graveza se propozeram, que foi accordado enviar-se por final aquella embaixada, em nome d'El-Rei e do povo com temerosas protestações, dizendo que quando aos requerimentos d'ella não se satisfizesse, poderiam então mover guerra, sem parecer que por sua parte as pazes se quebrantavam.

A demora que ali tivémos foi prejudicialissima á ordem, e disciplina da minha gente. Tôdos os dias apresentavam nôvas exigencias, tôdos os dias levantavam querellas entre si; e eu não podia ser demasiado severo, de receio que me desertassem tôdos. Vendéram os pannos para comprar

Ajuntavam-se a isto os criados da Rainha D. Lianor, que para mais agravarem suas querellas diziam contra o Infante por conselho de seus imigos muitas cousas á verdade mui contrairas.

Encheo do mar azul a branca praia Meliso pescador de mil querellas; Meliso, que por Lilia arde e desmaia. Se tu queres que pene desejando, Se queres que no mar em fogo viva; Ardendo sempre estê, sempre penando. Vives dos meus cuidados descuidada: Coitado de quem traz a duvidosa Vida no mar e terra aventurada!

Some-se pouco a pouco o numerario, Todos vão lendo o mesmo breviario; Para a vida mui poucas cousas bastão, As superfluas são as que mais gastão; O luxo, os appetites, as vaidades, A grande emulação das amizades: porque usa Fulana, e traja assim, Querêllas desbancar he logo o fim: Isto em todas as cousas se está vendo, Donde nasce o calote, e empenho horrendo; Que inda vendo que os lucros não acodem, Todos querem fazer mais do que podem: Por isso hoje bons trastes são vendidos, Que se herdárão de Avós mais comedidos; Se estes das sepulturas resurgissem, Talvez ficassem doudos do que vissem!

Oh crua, esquiva e fera, Duro peito, cruel e empedernido, D'alguma tigre fera na Hircania nascido, Ou d'entre as duras rochas produzido! Mas que digo, coitado! E de quem fio em vão minhas querellas? vós, ó do salgado, Humido Reino bellas E claras Nymphas, condoei-vos dellas.

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