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Não me atrevi a exigil-o, E eu mesmo, sorrindo então, A quem assim m'o levára Tive de pedir perdão, Porque ha no amor a furto O philtro da tentação.

Silencio, respondeu Lucinda pondo-lhe a mão alva e tepida no braço, não que estamos em Lisboa? Frederico não sabia se havia de beijar ou morder essa mão travessa, que lhe approximava da boca a taça do philtro suave do amor, para lh'o furtar depois aos labios calcinados. Afinal não fez nem uma nem outra cousa. Mas effectivamente estavam em Lisboa.

Pela sua alma ingenua passam, como por philtro, as ondas da corrente dos factos e ahi se depuram para surgirem depois transparentes e crystallinas.

A viveza do olhar de Mathilde tão discutido nas salas, tão acclamado pelos homens a quem o contraste com o encrespado cabello negro seduzia, nunca o fascinára nem lhe penetrára no coração. Mas a feminilidade que envolvia aquelle corpo soberbamente modelado n'uma atmosphera em que ninguem respirava impunemente, invadira-lhe as veias como um philtro agitador de todo o seu sangue.

«Ás vezes conseguia distrahir-me; de repente ella surgia, sentava-se na minha frente, mostrava os vergões das chicotadas, todo o corpo impudico perfumava e brilhava, e a boca sorria a escarnecer de mim! «Foi algum philtro que me deu. «Ia a esquecel-a e eil-a que novamente me apparece, a prender-me, a levar-me, outra vez para a allucinação, a atiçar o incendio que me queimava!

Esse philtro capitoso, inebriante, seria salutar? Parece-me, receio bem que não! Renan era muito do seu tempo para não ter d'elle a pontinha de corrupção intellectual, que, em temperamento physico menos equilibrado, levaria ao scepticismo dissolvente, á egoistica indisciplina que se traduz pela satisfação de todas as paixões, ainda as mais funestas.

Posta a gravata branca E de casaca preta, N'uma attitude franca, Sem venias d'etiqueta, Ler-lhe-hei um dos sonetos Fechado a chave d'oiro Feito aos seus olhos pretos E ao seu cabello loiro. Á nobre cortezã Ha de mover, por certo, O extranho talisman Do livro que lhe offerto. Que p'ra inspirar amor A uns taes olhos pretos Não ha philtro melhor Que um livro de sonetos... Esboceto

A plenos tragos a taça, D'esse philtro enganador Ancioso esgotava então, Sem me lembrar que no fundo, Estava o fel da traição. Vai-te, adeus, pallida sombra, Vai, porque este coração, Por tuas mãos lacerado, Com a tua vista se assombra, E de ti foge aterrado! Janeiro de 1855.

Sob a janella um Poeta altivo e orgulhoso Acertou de passar, cantando meiga trova... E então Leonor sentiu o fremito do gozo, A estranha sensação d'uma volupia nova. Naquêle ardente olhar tinha ella conhecido O philtro da Paixão, enervante e sereno... Quantas de vós, tambem, não tendes bebido No vosso negro olhar esse fatal veneno!

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