United States or Israel ? Vote for the TOP Country of the Week !


D. Lucinda, a gentil senhora que entra n'este momento na sala, podera apreciar as brilhantes qualidades de Frederico, ouvindo-o conversar desembaraçadamente em uma reunião intima, onde o seu acanhamento não tivera motivo para se revelar.

Frederico despediu-se pouco amavelmente dos seus companheiros de viagem, e teve vontade de mandar passeiar Lucinda, quando esta lhe disse ao ouvido: Não se esqueça do que prometteu.

Adelaide primeiro fugira a escolhel-a para confidente, porque bem conhecia a sua indole sarcastica, e não queria expor os pobres passarinhos dos seus sonhos a terem a aza magoada por algum epigramma de Lucinda. Mas pouco a pouco Adelaide sentiu-se despeitada, por vêr que á sua boa amiga era tão completamente indifferente o estado do seu espirito.

Oh! mas é que tambem é uma creatura celestial, tão bella que os anjos a invejam. Lucinda mal podia soffrear o riso. E essa belleza, é provavelmente como a de Marilia, tornou ella, para a pintarem não bastam as tintas da terra, são necessarias as do céu. Por conseguinte nem ouso pedir-lhe que m'a descreva. Porque? Não a conhece! perguntou Frederico espantado.

Mas, ao mesmo tempo, Lucinda sentiu um inexprimivel jubilo. Essa frase queria dizer: «Pobre victima, que julgas ser o alvo dos meus pensamentos, e que não és mais do que o escudo, que me serve para conquistar, com mais resguardo, o amor da mulher a quem adoroAssim, essas suas palavras eram uma confissão explicita do que se passava na sua alma; encerravam em si a chave do enygma.

Por infelicidade o barco era vasto bastante para que todos coubessem. Frederico viu-se obrigado a entrar e a sentar-se defronte de Lucinda. O pobre rapaz nem ousava levantar os olhos. Desfraldou-se a vela, e o barco resvalou silenciosamente á flor das aguas. Os dois velhos tinham-se sentado na popa do barco.

Esse riso argentino, que Rousseau ouviu talvez trepado ainda na ceregeira, oiço-o eu a cada instante nos labios, que poderiam matar com duas palavras meigas esta sêde que me devora. E essas duas palavras ainda ninguem as proferio? Ninguem, respondeu Frederico suspirando. E com tudo, tornou Lucinda, conheço eu uma pessoa em cujos labios ellas fermem. E quem é essa pessoa? perguntou elle ancioso.

Lucinda embaraçou-se, mas promptamente recuperou o sangue-frio. Somos amigas intimas, como sabe; comtudo não desgostaria de poder apreciar o seu talento de pintor. Frederico fitou os olhos nos d'ella, como se tentasse prescrutar o seu pensamento. Lucinda desviou os seus. Uma idéa, que elle julgou louca, passou pela mente de Frederico.

Uns poucos de dias se repetio esta manobra, sem que Frederico ousasse passar d'essas demonstrações visuaes, mas continuando com intrepidez o seu passeio diario. Afinal chegou a occasião de ir contar a Lucinda os seus novos amores. A sr.ª D. Leocadia d'Azevedo encontrou-o na rua, e convidou-o para jantar.

Silencio, respondeu Lucinda pondo-lhe a mão alva e tepida no braço, não que estamos em Lisboa? Frederico não sabia se havia de beijar ou morder essa mão travessa, que lhe approximava da boca a taça do philtro suave do amor, para lh'o furtar depois aos labios calcinados. Afinal não fez nem uma nem outra cousa. Mas effectivamente estavam em Lisboa.

Palavra Do Dia

sentar-nos

Outros Procurando