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Bem depressa, transpassada a Porta de Damasco, as patas dos nossos cavallos atroaram o lagedo da rua Christã: rente ao muro um frade gordo, com o breviario e o guardasol de paninho entalados sob o braço, ia sorvendo uma pitada estrondosa. Apeámos no Hotel do Mediterraneo: no esguio pateo, sob um annuncio das «Pilulas Holloway» um inglez, com um quadrado de vidro collado ao olho claro, os sapatões atirados para cima do divan de chita, lia o Times; por traz d'uma varanda aberta, onde seccavam ceroulas brancas com nodoas de café, uma goela roufenha vozeava: C'est le beau Nicolas, hol

O meu douto amigo, com a sua cobardia social d'allemão disciplinado, apanhou o seu guardachuva e escovou-lhe o paninho, murmurando, tremulo, que talvez «o barbaças fosse um duque...» Qual duque! Para mim não ha duques! Eu sou Raposo, dos Raposos do Alemtejo... Rachava-o! Mas a tarde descia e deviamos fazer a nossa visita reverente ao sepulchro do nosso Deus.

Mostrou-me o meu amigo os dous numeros do Periodico dos Pobres, que diziam assim: «MENINA PERDIDA. No dia 31 de julho pelas 8 horas da noite appareceu batendo a uma porta na rua de Sant'Anna, freguesia de Mathosinhos, uma linda menina, de idade de 4 annos, branca, bem nutrida, cabello louro liso, com uma trança de perto de um palmo, olhos grandes azues, vestido curto de cassa riscada de vermelho, guarnecido de trancelim; calça de paninho branco com dous entremeios de renda; saia de paninho, e outra de baeta de algodão; collete de atacador de linho; chapéo de papelão coberto de sêda verde; sapatos de duraque cinzento acoturnados com botões ao lado, meia comprida de linha, ligas de fitas de nastro cosidas nas meias; diz chamar-se Amelia, e que a mãi se chamava Anninhas, a qual vivia com um snr.

Pois assim que chega um dia de festa, fingem-se mimosos e abrem então os seus guarda-soes. Outros que são mais francos, nem sequer os abrem; qual! mettem-nos debaixo do braço assim como quem abrange um molho de varetas de baleia com paninho encarnado, e partem alegres para a romaria.

Depois do terramoto, que subverteu muitos monumentos d'arte preciosos para a educação esthetica do povo, a dictadura grosseiramente utilitaria do marquez de Pombal, primeiramente, e o burguezismo liró do regimen constitucional, depois, deram á producção artistica da moderna epoca liberal o caracter pelintra, ao mesmo tempo pretencioso e chato, de padre catita, de jesuita amanuensado, de sargento victorioso, caracter que distingue a arte portugueza de 1830 para , e que deu o stylo de banbolina de paninho, de balaustre azul e branco, de festão de murta e d'areia encarnada, a que podemos chamar na historia da decoração o stylo furriel dos batalhões da carta.

Espreitava um d'aqui, outro d'acolá; e, quando na azinhaga apparecia o chapéo de sol de paninho escarlate, era logo uma gritaria: Ahi chega o tio Ambrosio. Olha que tal elle vem! E o guarda-sol oscillava de um e de outro lado, roçando pelos silvedos, como a vela de um navio que bordeja á tôa, perdido o rumo!

Ha cinco annos, como estava um dia de muito sol e de grande calor, era bonito ver o rancho dos lavradores, que vinham abrigados debaixo dos enormes guarda-soes de paninho escarlate. Aquillo é por luxo! Olha quem! Elles que andam todo o santo dia do trabalho, no meio dos campos, a sachar, a lavrar, a podar, expostos á torreira, teem medo do calor!

E quando Topsius e o jocundo Potte partiram, debaixo do guardasol de paninho, a colher novas do paquete que nos devia levar á terra do Egypto Alpedrinha contou-me a sua historia, escovando o meu albornoz.

Por entre as velhas de mantéo pela cabeça, as tochas faziam destacar opas de paninho escarlate; sob o pallio os dourados da estola do parocho reluziam; uma campainha tocava adiante, ás vidraças appareciam luzes; e na noite escura o sino da repicava, sem descontinuar. João Eduardo correu aterrado e soube logo que era a extrema-unção á entrevada.

Nas capellas pendiam as armações de paninho negro agaloadas de prata; ao centro, entre quatro fortes tocheiras de grosso murrão, estava a eça, com o largo pano de velludilho cobrindo o caixão do Moraes, recahindo em pregas franjadas; á cabeceira tinha uma larga corôa de perpetuas; e aos pés pendia, d'um grande laço de fita escarlate, o seu habito de cavalleiro de Christo.

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