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O facto é que nunca a vi, valsando n'um baile á luz quente e abafadiça do gaz, decotada, cheia de de arroz e de suor, abandonando-se n'uma postura voluptuosa, nos braços de um sujeito esgrouviado, de casaca, collarinhos de papelão, e olhar que tenta ser magnetisador e irresistivel, e que depois de tamanhos esforços não consegue ser senão comico.

No dia, entre todos bemdito, em que a Perola appareceu á barra com o Messias, engrinaldou a Pampulha, ergueu no Caneiro um monumento de papelão e lona onde D. Miguel, tornado S. Miguel, branco, d'aureola e azas de Archanjo, furava de cima do seu corcel d'Alter o Dragão do Liberalismo, que se estorcia vomitando a Carta.

Nunca mais fui a casa de D. Vicencia, nunca mais a vi; mas á hora em que o mocho pia no galho do azevinho, ia eu, cheio da minha amargura, sentar-me n'uma collina fronteira ás janellas d'ella, e d'ahi, com um enorme oculo de papelão, conseguia lobrigal-a através das vidraças.

Jaziam no chão um buzio dos usados pelos ranchos da apanha da azeitona, um lençol com lagrimas de tinta encarnada, e uma caveira de papelão pintada de amarello. O mancebo sorriu-se. Aquelles despojos eram o corpo de delicto e ao mesmo tempo documento vivo da conspiração tramada.

Os discursos d'estas paginas antigas, a que sobejam por um lado os accessorios artificiaes da rhetorica e a que faltam por outro lado, com as opportunidades do momento em que foram concebidas, as condições de uma existencia necessaria e real, fazem-nos o effeito de armaduras primorosamente cinzeladas, mas suspensas em ripes de pinho, finos capacetes de viseiras caladas sobre caraças de papelão com verniz de cera côr de rosa e olhos de vidro.

Como elle me aborrece, me adormenta! Me adormenta, é phrase d'elle! E não se lembrar este doido de que é casado, de que tem filhos... UM CRIADO, que podia ser de papelão, se alguem fallasse por elle entre scenas: A snrbaroneza de Faiães. Scena III BARONEZA Minha senhora! Não sei que me adivinha o coração! B. Ha realmente assumptos tão melindrosos, que eu não sei se deva... D. Minha senhora!

Pinheiro Chagas, que dedicou-lhe um de seus ensaios criticos. Em 1868 a alta politica arrebatou-me ás lettras para restituir-me em 1870. Tão vivas eram as saudades dos meus borrões, que apenas despedi a pasta auri-verde dos negocios de estado, fui tirar da gaveta onde a havia escondido, a outra pasta de velho papelão, todo rabiscado, que era então a arca de meu thezouro.

Conhecendo muito bem a vida dos bastidores, os seus ridiculos e os seus pôdres, dava quasi todas as noites um curso de psichologia theatral. Punha a os segredos mais ou menos escandalosos, que as lonas encobriam; e a golpes de epigramma tesourava os anteparos de papelão, que armavam á credulidade ingenua do publico.

Sim, porque no fim de contas, não são os pobres maridos que mais desejam figurar nos bailes e nos saraus, e que de boa vontade sacrificam a commoda poltrona em que podiam dormir a sesta, o bom e saboroso jantarinho que podiam comer, o livro util e proveitoso que comprariam, para gastarem esse dinheiro n'uma toilette falsamente luxuosa, n'uma soirée ridiculamente burgueza, n'um jantar de ceremonia cujos acepipes, na opinião do conviva mais guloso, seriam dignos de figurarem n'um banquete de theatro com pratos de... papelão.

A honesta sinceridade d'estes escriptores, geralmente confundida com um cynismo de pose, com um charlatanismo de originalidade, é antipathica ao publico, que todavia os com uma certa avidez, impellido pela curiosidade que atrae a multidão gulosa do anormal para os livros d'elles, assim como para as barracas de feira em que se mostram vitellas com duas cabeças, das quaes uma de papelão; e meninas gordas com seis barrigas, todas postiças.