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Afinal a voz do gageiro da nau capitania bradou no cesto da gavia terra! , e durante minutos esse grito de contentamento indisivel resoou em todos os navios. A ligeira nevoa avultára no horisonte, a frota surdia sempre ávante, e por fim distinctamente se observava um monte de fórma arredondada, largas serranias para o sul, e ao longe uma extensa planicie, vestida de sombrios arvoredos.

O vento vai quebrando, e rareiam Grossos montões de acastelladas nuvens: Diurno alvor Traça no céu d'oriente um risco immenso, Que reflecte no mar, que veste, ao largo, Cerulea côr. Surge o sol radioso e inunda as vagas, Que se acalmam, nivelam-se: o horisonte Mais amplo é : Cava aragem ligeira a larga vela, E do cesto o gageiro clama: terra! Ei-la acolá

O mar continuava roleiro. A este tempo uma onda encapellada rebentou quase de choque sobre o batel. Era preciso alijar para alivial-o. O capitão deitou sortes, para vêr os que iriam ao mar. Caiu a sorte sobre o intrepido gageiro. Pero Gutterrez, um velho marinheiro, atirou-se de livre vontade. Fernão Ximenez parecia de tal modo embebido na dor funda que alentava n'alma, que não sabia o que se passava em volta de si. A sorte fatidica caira tambem sobre o irmão. Despertou da abstracção dolorosa, ao abraço fraterno extremo. Repentinamente comprehendeu tudo com a lucidez de que o espirito se apossa nos momentos solemnes da vida. Deteve-o um instante: Uma vez sacrificaste ao meu amor todas as tuas esperanças!

Por San-Thiago, disse Fernão Ximenez, saindo da mudez do espanto em que o deixára a longanimidade do irmão; adivinhava-o o diabo do gageiro, pois as ondas guidam os castellos de prôa, e lambem a ponta do gorupés. Diabo! que se tivesse mando no timão amurava mais para sota-vento, e talvez que escapassemos á furia da tormenta.

A este tempo, ouviu-se um berro do gageiro gritando da gávea: Mestre Fernão Mendonça, um negrume espesso se alcança no horisonte, que levamos, pois que a não ser a cerração do cabo, mais me parece presagio de tormenta. O mar começava a cavar-se.

Finalmente, como nada ha melhor que um dia depois de outro, veio o dia 29 de Março em que dos váos do joanete de prôa o gageiro annunciou terra! Continuava, entretanto, incessantemente, a asáfama. A guarnição da bateria occupava-se da limpeza das peças, collocando-as em posição, abrindo e fechando culatras, lixando-as, lubrificando-as emquanto o fiel ia distribuindo o cartuxame.

Mestre Fernão de Mendonça! interrompeu o gageiro, o galeão tem um enorme rombo na prôa, e d'aqui a meia hora estaremos todos no fundo, se vos não apraz lançar esta lancha ao mar. E foi-se cantarolando aquellas trovas do Auto da barca do Inferno, do popular Gil Vicente: Á barca, á barca, boa gente, Que que queremos dar a vela; Chegar a ella, chegar a ella.

Nas costas dos Golfinhos vem montados Os nûz Tritões, deixando a Esfera cheia Co' rouco som dos buzios retorcidos. Recrêa, sim recrêa Meus attentos ouvidos O canto sonoroso Da musica Serêa. sóbe ao grande mastro o bom gageiro; Descobre arrumação, e grita terra: Á murada caminha alegre a gente; Alguns entendem que erra: Pelo immovel sómente Conheço não ser nuvem, Sim o cume de alta serra.

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