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Pouco mais esquadrinhei, senão que foi filho de Antonio de Alpoem, e neto de Pedro de Alpoem, e de uma senhora de appellido Caldeira, filha de Affonso Domingos de Aveiro, instituidor da capella de Santo Ildefonso, na igreja de S. Thiago em Coimbra, da qual o justiçado amigo de D. Antonio era administrador ; e, como não deixasse descendencia, o morgadio passou a seus parentes, filhos de Isabel Caldeira, irmã de seu avô, casada com Estevão Barradas.

No fim do seculo XVIII, o possuidor do morgadio de Pedro de Alpoem era Lopo Cabral da Silveira, bisneto de D. Isabel Caldeira.

Se reparasse que ella é datada no Seio de Abrahão, deprehenderia logo que, em nome de Pedro de Alpoem, degolado em 20 de julho de 1581, alguém escreveu aquella carta, como vinda d'além-mundo. E, até no começo da carta, as palavras: Obriga-me a escrever a v. exc.^a d'est'outro mundo de verdades e desenganos, estão confirmando a ficção.

Posto que o prazer de possuir um inedito de Alpoem se me agorentasse á luz da boa critica, nem por isso desestimei o manuscripto, onde abundam especies historicas não sabidas, traços profundos da physionomia do avô de D. João IV, e alguns lanços ignorados da biographia da nobre victima da amizade e do patriotismo.

E conservei intacto, sem rasuras, nem entrelinhas, o manuscripto do desembargador. Sempre que encontrei este nome ligado á vida aventureira de D. Antonio, prior do Crato, me detive a scismar no honrado homem que se chamou assim. Pedro de Alpoem era portuguez de rija tempera.

Volvendo á suppositicia carta de Pedro de Alpoem, aceitemos de seu author, quem quer que fosse, o bosquejo do duque de Bragança, auxiliar, senão causa primaz, da escravidão de Portugal, da degradação da nobreza, da miseria do povo, do perdimento das colonias, e dos atrozes flagellos que se contaram pelos dias de sessenta annos.

A noticia que Barbosa Machado me deu, rezava assim: Pedro de Alpoem Contador, natural de Coimbra, doutor em direito cesareo, collegial do collegio de S. Pedro, aonde foi admittido no 1.º de janeiro de 1578. Na universidade patria regentou a cadeira de Instituta, que levou por opposição a 18 de outubro de 1572, d'onde passou á do Código em 2 de janeiro de 1579. Foi um dos celebres defensores da successão da corôa portugueza a favor da senhora D. Catharina, como tambem do direito que tinha á mesma corôa o snr. D. Antonio, prior do Crato, por cuja causa morreu degolado. Escreveu: Carta ao duque de Bragança D. João, o primeiro de nome, quando Philippe Prudente entrou em Portugal. A data é do Seio de Abrahão a 20 de julho de 1581. Começa: «Obriga-me a escrever a v. exc.^a d'est'outro mundo de verdades e desenganosAcaba: «Conforme a santa lei d'este reino ao qual Deus eternamente tem promettido conservar

Persisti, assim mesmo, na indagação da linhagem de Pedro de Alpoem, esperançado em descobrir miudezas que realçassem as feições principaes, de si bastante proeminentes a caracterisal-o.

Alguns annos frustrei esforços em busca da carta manuscripta de Pedro de Alpoem, pois, com certeza, não corria impressa; até que, entre uns papeis pertencentes á rica livraria do jurisconsulto Pereira e Sousa, e havidos por compra em 1873, se me deparou a carta que Barbosa Machado inculcára. O investigador equivocou-se attribuindo-a ao doutor Pedro de Alpoem.

Confessou que viera a Lisboa a fim de arranjar a passagem do principe; não lhe arrancaram, porém, as torturas o segredo do escondrijo de D. Antonio. Ameaçaram-no com a decapitação. Pedro de Alpoem sob-poz o pescoço ao cutello do verdugo, e pereceu com o segredo do asylo do seu rei.

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