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A isto a incitava o pae, que frequentes vezes lhe dizia: Se este honrado fidalgo fosse solteiro, e podesses amal-o, filha, que prazer o nosso se... -Oh! papá... atalhava quasi sempre a menina pois eu havia de casar com elle?... Por que não? Honra, riqueza, sciencia e nobreza... que mais querias tu, filha? perguntava o pae. Adelaide sorria-se, e murmurava de si comsigo.
Foi ella mesma que tomou a iniciativa; apresentou-se em casa da sua antiga companheira, não pareceu reparar na frieza da dona da casa, lisongeiou-a na sua mania de combater a velhice, declarou alto e bom som que Adelaide era no collegio uma creancinha, de que ella fôra não a companheira, mas a protectora, a segunda mãe.
N'esta noite, concorreu á partida do desembargador aquelle Vasco da Cunha, galanteador de Adelaide, mancebo bem composto de sua pessoa, sisudo, e muito catholico.
O drama agradou, e o desempenho foi bom por parte dos actores Taborda, Izidoro, Queiroz, Emilia Adelaide e Rosa: pelos outros apenas supportavel. Quanto ao merecimento do drama, consignemos de passagem que não satisfez a critica litteraria senão por ser um reflexo, ainda que pallido, do romance de Julio Diniz.
Festejavam-se á noite em casa do brasileiro Mendes os dezenove annos da menina Adelaide.
Bernardo da Fonseca Guimarães, antigo negociante? Sim, senhor, respondeu uma das interpelladas, é meu pae. N'esse caso tem a bondade de lhe dizer que lhe trago uma carta do seu amigo de Lisboa o sr. Antonio Ricardo de Sousa. Ó paesinho, tornou a rapariga, voltando-se para dentro, está aqui um senhor official, que o procura. Manda subir, Adelaide.
Oh, filha, pois a mim! confirmava a Adelaide, parece que é praga. Isto de cabelleireiras, não vos digo nada! são todas a mesma cousa, não tem geito nenhum, umas imbecis.
Convencionou-se que Lucinda daria a chave do jardim ao aventuroso namorado, e que passaria aquella noite em sua casa para entreter Adelaide, e velar assim para que não fosse perturbada a amorosa entrevista. Combinado por este lado o plano estrategico, Lucinda dirigiu-se a Frederico.
A pouca distancia estava Adelaide escondendo o rosto nas mãos. D. Marianna ficára como que petrificada, os criados riam e segredavam. Voltemos agora ao instante em que vimos Frederico desapparecer no jardim. Os calculos de Lucinda peccavam pela base.
Certas imagens femininas que mais forte impressão lhe tinham produzido, despertavam um momento nas suas recordações. Lembrava-se, sobretudo, de Adelaide, uma pobre e linda costureira por quem se apaixonara e com quem fez um idílio saboroso que durou seis meses.
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