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O Principe, risonho, sacudindo as mãos, concordava que por fim «fôra mais divertido pescal-o do que comêl-o!» E o elegante bando refluiu sofregamente para a mesa, ao som d'uma valsa de Strauss, que os Tziganes arremeçaram em arcadas de languido ardôr. Madame de Treves se demorou ainda, retendo o meu pobre Jacintho, para lhe assegurar quanto admirava o arranjo da sua copa... Oh perfeita!

Temos em conta de veneravel e honroso o proceder dos academicos que afastaram do seu convivio o escriptor que atirou um livro corrosivo ao coração ulcerado da Europa como quem arroja petroleo ás linguas de um incendio. A França sabe o que deve aos discipulos de Salvador e de Strauss, e nomeadamente a Renan, o compilador de Reville, de Reuss, de Schérer e Colani.

Ao mesmo tempo que a vida dos governos democraticos pela instabilidade e desordem contínuas, nos faz duvidar do seu futuro e nos deixa sem esperança de podermos alcançar por meio d'elles a ordem e segurança necessarias ao progresso, por outro lado as lições da historia dão-nos exemplos d'uma admiravel prosperidade sob regimens politicos bem diversos e até oppostos. «A historia é fundiariamente aristocrata», diz Strauss.

O grande espirito philosophico do nosso tempo, a grande creação original, immensa da nossa edade, não passa de confusão e embroglio desprezivel para o professor de ninharias, que cuida que se fustiga Hegel, Stuart Mill, Augusto Comte, Herder, Wolff, Vico, Michelet, Proudhon, Littré, Feuerbach, Creuzer, Strauss, Taine, Renan, Buchner, Quinet, a philosophia allemã, a critica franceza, o positivismo, o naturalismo, a historia, a methaphysica, as immensas creações da alma moderna, o espirito mesmo da nossa civilisação.... que se fustiga tudo isto e se ridicularisa e se derriba com a mesma sem-cerimonia com que elle palmatoadas nos seus meninos de 30, 40 e 50 annos, de Lisboa, do Gremio, da Revista Contemporanea!

A saude, que todos de manhã julgam perdida, reapparece á noite, florescente e agil, na valsa e mesmo no chá, entregando-se resolutamente aos compassos de Strauss e ás bolachas do Club. Ora este Club das Caldas, pois que fallei n'elle, parece-se um pouco com as praças de guerra: é dos primeiros que o occupam.

Se o chanceller pensa seriamente em retel-os, não ha-de ser a estatistica encarregada de dar plausibilidade ás suas providencias; ha-de ser toda a sciencia allemã sem exceptuar a critica de Strauss e a philosophia de Hegel.

A valsa não affrouxa nunca, e os velhos valsistas, extenuados, principiam a cahir de cansaço, pallidos, mortos, um após outro, até que, estendidos sobre o verniz do salão, teem por funeral o baile, por De profundis a valsa de Strauss, que parece não acabar nunca! Era phantastico o poema, excentrico o poeta.

N'isto, rompe n'um dos andares do predio a esfusiada musical de uma valsa de Strauss, sente-se dançar ruidosamente, pular, conversar, tinir loiças e cristaes. Está-se em plena soirée, e a festa parece prolongar-se pela noite dentro, attingir a madrugada.

Que em 1880, na sabia e tolerante Allemanha, depois de Hegel, de Kant e de Schopenhauer, com os professores Strauss e Hartmann, vivos e trabalhando, se recomece uma campanha contra o judeu, o matador de Jesus, como se o imperador Maximiliano estivesse ainda, do seu acampamento de Padua, decretando a destruição da lei Rabbinica e ainda prégasse em Colonia o furioso Grão-de-Pimenta, geral dos dominicanos é facto para ficar de bocca aberta todo um longo dia de Verão.

Por isto façam os leitores idéa das deploraveis consequencias de um erro de data! "Porém replicarão elles quem te obrigava a tractares essa questão chronologica, superior talvez ás forças do teu entendimento? Não foste andando até aqui sem te metteres nesses debuxos? Porque não descreves a festa, deixando aos entendidos em calendario o pô-la na epocha propria?" Bonissimos leitores, pensaes vós que eu sou o Manuel da Ventosa, que me deixe assim esmagar por uma saraivada de perguntas? Enganaes-vos! A resposta vae caír dos bicos desta penna como as frechas de Apollo longe-asseteador caíam no campo dos argivos, segundo resa Homero no capitulo primeiro da sua chronica das birras do Pelida e do Atrida: a minha tréplica vae tombar sobre os prelos convincente, irresistivel, irreplicavel. Ei-la. Finjamos por um momento que, em vez de consultar os respectivos auctores sobre a verdadeira casa de S. Pantaleão no taboleiro do calendario, nem sequer pensava nisso, e começava ex abrupto a scena da festa aldeian. Que succedia? Como estamos no inverno, e eu gósto do inverno, principalmente quando ruge uma boa nortada (são gostos), punha-me a descrever um destes formosos dias de dezembro ou de janeiro, em que o firmamento parece retincto de novo no seu tão lindo azul; em que a verdura infantil das searas á flor da terra sorri estirando-se dos topos arredondados dos outeiros pelo pendor de recostos levemente inclinados; em que a relva se mira á luz vermelha da aurora no espelho do caramelo, que envidraça a superficie dos pegos e remansos dos regatos. Falar-vos-hia de uma abençoada missa do gallo na aldeia em noite de luar, missa mil e quinhentas vezes mais poetica do que toda a poesia protestante desde Luthero, o pae do protestantismo, até Strauss, que hoje lhe tira as derradeiras consequencias; falar-vos-hia, emfim, de mil cousas, muito bonitas, muito viçosas, muito brilhantes, mas que viriam tanto a proposito de S. Pantaleão, como o anho paschal daquella sancta velha da tia Jeronyma viria a pello da Natividade com o seu caldo tradicional de perú, ou como o estylo do nosso drama moderno se casa com a linguagem da sociedade cujo transumpto deve ser.

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