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Atualizado: 5 de julho de 2025
Voltei a Lisboa, meu amigo. O inverno passou, muito sêco e muito azul. Eu trabalhei nas minhas Origens do Utilitarismo. Um domingo, no Rocio, quando já se vendiam cravos nas tabacarias, avistei dentro dum copé a divina Elisa, com plumas roxas no chapéu. E nessa semana encontrei no meu Diário Ilustrado a notícia curta, quási tímida, do casamento da Snr.ª D. Elisa Miranda... ¿Com quem, meu amigo?
Indicou o bairro e o número do prédio em que residia e o carro partiu logo, mais velozmente, ao estalar sêco do chicote. As ferraduras dos cavalos, batendo violentamente nas pedras, levantavam faúlhas de lume que scintilavam um momento para em seguida se apagarem.
E desatou a rir perdidamente, num timbre de histeria muito sêco.
E assi tomarom corchos e dragoeyros e encheromnos dagoa E com aquelle peixe seco e aves, e assi com os barijs que ajnda tinham, e com o traquete da tenda fizerom vela e partirom por esse mar e forom dar comsigo em barbaria em aquella terra onde se perdera seu navio com outros seus criados, e alli sayrom em terra, e logo os cativarom os mouros.
E aquele ruido sêco, difundindo-se Na merencoria lividez do ceu, O ensombrava de lagrimas e mêdos...
O marido solícitamente interveio: que o seu nobre amigo já sabia... desculpava tudo. E para o Silveira continuou, desabusado e simples, aclarando: Obtivémos por muito favor esta pequena instalação, que está longe de ser decente... e muito mais longe de ser barata. Imagine: esta sala e dois pequenos quartos, interiores, escuros, nada mais... quinhentos pesos por mês. E a sêco. Uma barbaridade!
O cabelo era anelado e a sua figura devia ter aquele ar sêco e nervoso que depois do século XVIII e da revolução foi tam vulgar nas raças plebeias. A rapariga loura reparou naturalmente em Macário, e naturalmente desceu a vidraça, correndo por trás uma cortina de cassa bordada. Estas pequenas cortinas datam de Goethe e teem na vida amorosa um interessante destino: revelam.
Compungio-me tanto o ver o sentimento que se lia no rosto de uma dama Escoceza ao servir o seu ultimo chá, que o meu mao humor cahio por terra, e cahio para sempre, porque não mais volveu. Ainda n'êsse dia jornadeámos por três horas, indo acampar ás 7 e meia em sitio sêco.
O velho gordo, se vê que uma lorette põe a cabeça fóra da galeria, para ser vista, acode logo a dizer: Estenda a cabeça, estenda, que lhe caiem os pingos das vélas! O velho sêco olha com o seu luzio para a toilette, e volta logo a cara para o outro lado, porque de si para si fez austeramente a seguinte reflexão: Bem te entendo!
Começo por me sentir doente, exasperada, sem poder mais... Eles vêem e eu penso que vou morrer de nojo. Vem um, vêem muitos... vêem todos... Então, não sei porquê, sinto um bem-estar, um gôso doido; acho prazer a que me humilhem; parece-me que nasci p'ra isto, que não há destino melhor... e gozo... gozo. Depois, num riso sêco: Sinto a volúpia de um cristão ás feras...
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