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Atualizado: 23 de outubro de 2025


Depois morreu-me meu pae: faltou-me o leme. Desnorteei. Troquei a penna pela harpa. Ha muitos annos que o meu abecedario é o do-ré-mi-fá-sol-lá-si. Ainda assim, apesar do muito que se soffre n'esta vida errante, agradeço a Deus o inspirar-me que fosse musico, porque tive occasião de fazer bem. Finou-se de saudades em viagem a signora Rosina. Era um soffrer que fazia horror!

Eu contarei singelamente o meu caso, tal como aconteceu na hora em que o ciume de Rosina Regnau, como se não fosse preciso para atiçar as labaredas do amor, se acalmava na mutua confiança das almas que se possuem. Foi ahi por alguma copada sombra das margens do Mondego, onde, como disse Gabriel Pereira de Castro, o rio ... nas voltas se mostra arrependido De levar agua doce ao mar salgado,

Que esse homem viesse agora dizer-lhe, Rosina, que lançasse ao fogo essa reliquia sagrada; que matára em nome da patria...» Referia-se a uma barreira insupperavel, e falava do maço de cartas, de um annel, de uma madeixasinha talvez. E as cartas relia-as elle, e annel tinha um na mão esquerda, tinto de sangue, que era talvez da pessoa cuja morte anhelava vingar.

Se Rosina, no decurso de sua vida, precisasse de nobilitar-se com um appellido, o pae, ao invés do que acontece em todas as familias, não lhe daria o seu appellido, mas sim o do leal camarada. Diria provavelmente: Põe : Rosina Regnau. Ella porém não precisava de appellido paterno. Era a filha do regimento. Chamava-se simplesmente Rosina, gentille vivandière.

Rosina! tens ali um companheiro de viagem, que me pareceu tão desgraçado como qualquer de nós.

O senhor diga-me tambem: «Rosina Regnau, não te esqueças de que eu sou para ti o cego das Ardennas, o pobre Hubert». Bem sabe que quando ha guerra não é difficil a gente encontrar repouso. Ás vezes, no caminho, sae-nos ao emcontro uma bala perdida. Quando a gente é feliz, a bala cae-nos aos pés, mas quando falta calar-se o coração para morrer, a bala cae no coração. Rosina!

Pois pergunta-se a um prisioneiro, a um ferido, a um homem mil vezes deshonrado, se é infeliz? Onde aprendeu esse cynismo de vivandeira? Onde havia de ser! Na taberna e no quartel. é que se fala assim... E, como ella chorasse á beira do catre: Sabe que eu ainda não estou inteiramente curado, Rosina? Parece-me que deliro ás vezes! Agora delirei eu. Não... não delirei.

São menos felizes as vivandeiras francezas, contestou ella com sincera simplicidade. Por quê? Porque choram ás vezes. Ainda a não vi chorar! E, como se instantaneamente deixasse resfolegar o rancor latente no coração, acrescentou: A polvora queima os olhos e o coração, e Rosina é quasi um soldado... francez. Olhe que se contradiz! observou ella maviosamente.

Que seja preciso affrontar perigos, pouco importa. Rosina, a «gentil vivandeira», como por favor me chamam, é destemida. Toda a brigada Arnaud lh'o podia dizer... A admiração, o pasmo, o alheamento de Graça Strech eram cada vez maiores. Espantava-o aquelle conjuncto de candura e coragem, aquelle receiar e querer da vivandeira.

mas não podia consentir, o seu amigo tinha-lhe recommendado a filha na hora da morte, e depois, elle não tinha familia, dotaria a Rosina, ella não tinha de que ter escrupulos.

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