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Hum rasgo não tem de caridade Para a triste viuva, ou orfandade. Não sei que contas fazem homens taes Ajuntando, e escondendo os cabedaes! Morrem sem fazerem testamento, Espirando n'hum trato o mais nojento, Depois de vida sórdida, e mesquinha, Que nem mandão comprar huma gallinha.

Discursos e poesias funebres recitadas a 27 de Novembro de 1822 na sessão extraordinaria da Sociedade literaria patriotica celebrada para prantear a dôr, e orfandade dos Portuguezes na morte de Manuel Fernandes Tomaz, primeiro dos Regeneradores da Patria. Lisboa. Typographia Rollandiana. Ano de 1822.

Ai! poeta! ai de ti! que saudade, Que saudade tão funda e sentida Has de ter d'esses annos da vida, Quando os vires ao longe ficar! Que saudade tão funda do tempo Em que tinhas sentido saudade, Has de ter quando a triste orfandade Dos affectos tua alma enluctar! Ouve pois joven bardo que a lyra Pulsas hoje com tanta amargura; De illusões, de poesia e ventura, Enche agora teus annos em flor.

Mais vivos torna os desejos No seio da caridade, Que á desvalida orfandade Vai com sincera piedade Inundar de puro amor; Amor, que em candidos beijos, Suavemente procura Dar conforto na amargura, Aos que fez a desventura, Orfãos no berço e na dor.

Canta: os prantos da orfandade, Á tua voz seductora, Se vão convertendo agora Em sorrisos de prazer! Oh! jámais em teus triumphos Quando erguendo o rosto altivo, A teus pés tinhas captivo O poder da multidão, Jámais sentiste no peito Entre o rumor delirante, Batter, como neste instante, De enthusiasmo o coração!

125 "Para o Céu cristalino alevantando Com lágrimas os olhos piedosos, Os olhos, porque as mãos lhe estava atando Um dos duros ministros rigorosos; E depois nos meninos atentando, Que tão queridos tinha, e tão mimosos, Cuja orfandade como mãe temia, Para o avô cruel assim dizia: 126 "Se nas brutas feras, cuja mente Natura fez cruel de nascimento, E nas aves agrestes, que somente Nas rapinas aéreas têm o intento, Com pequenas crianças viu a gente Terem tão piedoso sentimento, Como coa mãe de Nino mostraram, E colos irmãos que Roma edificaram;

A espaços da profunda e tragica nudez D'uma choupana irrompe um grito de viuvez, Um clamor de orfandade... E o sino chora então Lagrimas sepulcraes de bronze na amplidão. A colera de Deus, cujo olhar encendeia, Correu como uma loba hidrophoba na aldeia. Não ha lume no lar, nem ha pão nos armarios.

Ao Illustrissimo, e Excellentissimo Senhor Conde de Villa Verde, quando morreo o Pai do Author. Peito de tanta bondade De bom Pai o nome preza; Levou-me hum a Natureza; Mas deixou-me outro a piedade. Amparai minha orfandade, Porque a vossos pés me humilho: Se não me abrís outro trilho, Tal a minha estrada vai­, Que irão co'a vida do Pai As esperanças do Filho.

Os tristes na viuvez, e na orfandade, Roidos por uma intima amargura: Desfolham na chorada sepultura, As petalas do lyrio e da saudade!... Eu mesmo, que do publico debando; Dos mortos devorciado, e alheio aos vivos: Se vejo d'entre sonhos fugitivos, Abrirem-se-me os ceus de quando em quando;

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