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Atualizado: 2 de julho de 2025


Liberata, desde esse dia, foi d'elle, exclusivamente, como a filha que foge apaixonada do seio materno. Encontrou uma bem mobilisada aposentadoria, servida de criados, e da opulencia que os brilhantes de Ricarda, prodigalisados em ultimo recurso por João da Cunha, lhe permittiam. Aquelles brilhantes reservára-os elle, sem escrupulo, para patrimonio do filho da sua esquecida amante.

Liberata expirou. As primeiras e ultimas lagrimas de Luiz da Cunha cahiram sobre as faces mortas d'essa mulher...... São quatro horas da madrugada. Bateram á porta do parocho da matriz de Pinhel. O padre vem á janella e um vulto disforme na escuridão. Quem é? Um passageiro que pede a v. s.ª licença para poder enterrar o cadaver d'um seu companheiro de jornada, morto de repente.

Esperava vêl-a saltar-lhe ao pescoço, fundindo-se em prantos de felicidade, e recebeu em resposta a gargalhada mais estridorosa, mais comica, e mais fulminante! Liberata tambem tinha as suas maximas, bebidas na fonte impura do seu amante; mas entre as do seu amante não se encontravam algumas, que eram a base fundamental de todas as outras no catecismo d'ella.

O visconde, preoccupado com a alta e baixa de fundos, esqueceu a affronta recebida nos Paulistas, e nunca perguntou o destino de Assucena. Luiz da Cunha de quem no proximo capitulo fallarei mais de vagar, vivia com Liberata. João da Cunha estava, se não rematadamente doudo, ao menos tres partes do dia, fechado no seu quarto, dizia em voz cavernosa cousas inintelligiveis.

Passou na rua de S. Bento para vêr a casa n.º 46; cortejou Liberata que, por dentro das janellas, lhe fitava um pequeno oculo de theatro. Foi ao Campo Grande saber como seu pae estava. Entristeceu-se um momento quando lhe disseram que passára peor, depois que um imprudente lhe dissera que seu filho batêra no visconde de Bacellar. Não apeou para lhe não irritar os padecimentos.

Aos longos dias da desgraça seguiu-se a longa noite da demencia! E Luiz da Cunha? Deixára Liberata na sua ultima paragem, e fôra ao concelho de Ribeira de Pena exercer o seu officio. Os lucros de dois annos de contrabando perdêra-os na fatal tomadia.

Madureira, apenas luziu a fresta do seu quarto, na rua das Gavias, correu á rua do Principe, onde expôz na melhor ordem as aventuras da noite; não soube dizer que o vulto, que o accommettêra, e desempalára o furão da casa de Liberata, fôra o conselheiro Costa e Almeida, que não era tão excellente creatura como a sua amante o imaginava.

Quando os soldados pararam á porta da auctoridade, e Luiz, sem reparar na sege, desapparecêra no interior do páteo, Liberata acenou a um dos soldados, que se chegou á portinhola. Perguntou por que fôra prêso aquelle sujeito, e o soldado informou-a com a minuciosidade que podia.

Diziam que Liberata seria esposa d'esse americano, se o consul despoticamente o não mandasse prêso a bordo d'uma embarcação que o levou a seu pae, desfalcado em boa parte da sua fortuna. O conselheiro, que substituira o americano, sustentava o luxo de Liberata com uma farta mesada, de que ella tirava para todos os seus caprichos, podendo montar sege, sua mais querida ambição.

Sempre infeliz, o parasita de Liberata recolhia muitas vezes colerico da perda, e encontrava a sua amante na cama, com a chave corrida por dentro. Luiz da Cunha, n'essas occasiões, que foram muitas, sentia assaltos da consciencia, discutia com elles, e ficava sempre vencido, reputando-se infame.

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