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Atualizado: 2 de julho de 2025


Trocou algumas palavras com Liberata, entrou na sua sege, e partiu para a administração do bairro. Perguntou por Luiz da Cunha; disseram-lhe que fôra remettido ao juiz criminal. Foi ao juiz criminal, quando o prêso acabava de sahir para o Limoeiro. Declarou o amante de Liberata que vinha afiançal-o.

O soldado não conseguira fallar ao prêso; mas soubera de um official de diligencias, seu conhecido, que o tal sujeito podia ser solto com fiança, e não estava presente ninguem que o afiançasse. Liberata deu ordens promptas ao boleeiro, e a sege, a grande galope, correu algumas ruas, e parou á porta de um conselheiro, official-maior d'uma secretaria de estado.

Viu com os seus proprios olhos, porque a sua duvida era tal, e tamanha como o pleonasmo da phrase. Depois que o viu entrar, quiz bater á porta; mas faltou-lhe o animo na conjectura de ter de encontrar-se com o rival. Na segunda noite, sem inspirar desconfianças a Liberata, entrou armado, fortalecido pelo ciume. Procurou-o em todos os cantos, com finura e resolução, e não o viu.

Envergonhado d'esta união torpe, João da Cunha admoestou o filho; e, quando esperava despertar-lhe o brio com os topicos d'uma sentimental censura aos seus rasos instinctos, Luiz respondeu-lhe que tencionava salvar Liberata da infamia, casando com ella. O primeiro impeto de cólera paterna foi correr sobre o filho e soval-o a ponta-pés.

Demoro-me escondido em Lisboa alguns dias; mas, por evitar mais amarguras, antes quero não tornar a vêr-te. Lembra-te que eu sou muito infeliz para te resignares na tua infelicidade. O portador voltou, dizendo que a carta fôra recebida por um velho, que tinha geitos de padre. Quem será este padre?! dizia Luiz da Cunha a Liberata.

O rival do official maior de secretaria estabeleceu a sua residencia em casa de Liberata, noite e dia.

Recebeu-a nos braços murmurando o vigesimo juramento de nunca desmerecer a confiança que lhe merecia, e entrou com ella na mesma sege em que muitas vezes entrára com Liberata. Desde esse momento, qual das duas teria um melhor futuro? Deus! como presenciaes, sereno e tranquillo em vossa magestade tremenda, a precipitação d'um anjo em cada dia!?

Pela voz, de certo era ella, cantarolando um landum que outro marujo arpejava na guitarra. Acabando a cantiga, o marujo phylarmonico, fazendo um bordo largo de encontro a Luiz da Cunha, grunhiu: Ponha-se á capa, quando não vai a pique, paralta! Luiz da Cunha recuou. Canta Liberata... se não queres levar com a banza nos rizes! tornou o marujo, perfilando-se com o grupo.

Um dia, depois de oito mezes de hospedagem, Luiz da Cunha teve com Liberata esta importante prática: Meu caro Luiz, chegou a occasião de darmos um saudoso abraço por algum tempo. Ha oito mezes que temos gasto como se tivessemos descoberto a pedra philosophal. Feitos os meus calculos, não podemos assim viver mais quatro mezes, sem que eu venda a cama.

Pois, Liberata, eu venho pagar-te uma divida do pouco que posso, assim como a contrahi do muito que podias. Depois d'amanhã vou empregado para a provincia, queres vir comigo? Pois tu querias-me assim? Quero... serei o teu enfermeiro. Olha o que dizes! Não me desdigo. Eu tenho este vestido que vês. Comprar-te-hei o que fôr da primeira necessidade.

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