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Emfim, uma noite, depois de muito trilhar o lagedo da galeria, remoendo surdamente desconfianças e ódios, gritou pelo intendente e ordenou que se preparassem trouxas e cavalgaduras. Cedo, de madrugada, partiria, com a senhora D. Leonor, para a sua herdade de Cabril, a duas léguas de Segóvia! A partida não foi de madrugada, como uma fuga de avarento que vai esconder longe o seu tesoiro: mas, realizada com aparato e demora, ficando a liteira diante da arcada, a esperar longas horas, de cortinas abertas, emquanto um cavalariço passeava pelo adro a mula branca do fidalgo, enxairelada

Nunca deixava de ir á cidade: fazia-lhe bater o coração o som das ferraduras sobre o lagedo: ia passar diante da Amparo da botica, diante do cartorio do Nunes que tinha a sua banca ao da janella, diante da Arcada, diante do senhor administrador que estava na varanda de binoculo para a Telles e o seu desgosto era não poder entrar com a egoa, os Morgaditos e o lacaio pelo escriptorio do doutor Godinho que era no interior da casa.

Feliz homem, esse creado, pensava, se não tinha a inenarravel desdita de possuir um inferno em vez de lar. Ia dormir socegado, tendo trabalhado materialmente, reparadoramente. A subitas, atravessou-se-lhe uma idéa no cerebro. Erguendo-se n'um esforço, bateu forte com os pés no lagedo, para os desentorpecer, e chamou o servente: Deixe essa mesa, disse, traga um cognac.

Em cada um dos trez sobrados parou, penetrando curiosamente, quasi com uma intimidade, nas salas núas e sonoras, de vasto lagedo, de tenebrosa abobada, com os assentos de pedra, estranho buraco ao meio, redondo como o d'um poço e ainda pelas paredes riscadas de sulcos de fumos, os anneis dos tocheiros.

A noute vem, que o coração contrista. Irrompe a lua sobre a verde crista d'um monte ao longe, e no lagedo, ao frio, o Genio cae emfim, hirto e sem falla, como um cadaver que se deita á valla.

E n'isto o desventurado moço soltava uma cynica gargalhada! Frequentemente repetia elle o nome de sua esposa, uma e muitas vezes; e logo após, n'um acto de medonho desespero, chorando desabridamente, arrancava de si um punhado de cabellos ensanguentados, e rojava-se no lagedo do carcere. E eram bem tristes as suas lagrimas, bem acerbo o seu pranto! Pobre Fernando! Quem não teria pena de ti?!...

Nos frios do lagedo, ás vezes, pede esmola Ás portas dos cafés: ninguem a quer ouvir: E a ella qualquer codea a farta e a consola Comtanto que sem fome os filhos vão dormir! E em quanto á luz do gaz a turba prazenteira No fumo dos festins revoa em turbilhão, Quantos dramas crueis nas humidas trapeiras; Nos campos quantas mães sem roupas e sem pão?!

A um canto, e sobre o junco, que cobria o lagedo da sala, estava um berço, onde uma creança dormia tranquillamente, em companhia de um gato malhado, velho hospede na casa. Ao lado do berço um cão, apoiado sobre as mãos e com a orelha levantada, olhava filamente na direcção da porta de entrada.

O patrão cançado e offegante abriu então a porta da sala, e sahiu. Simão, quando se viu , ergueu-se d'um impeto, desceu á pressa as escadas, e saltou para a rua a gritar. Ao dar meia duzia de passos, cahiu extenuado sobre o lagedo do passeio. Reuniu-se muita gente em volta d'elle. As mulheres, em grande alarido, davam morras! contra o malfeitor.

Empurra-o a Vida, atira-o, estatéla-o no lagedo, afflicto, sem mão que o ampare e de cabellos brancos estacados. Gritam-lhe: Ó Gebo! ó Gebo!... Não ha que ter piedade dos fracos. A propria natureza os repelle do seu seio. Faltava-lhes tudo, tudo se esfarrapava no seu lar. Dormiam em enxergas no chão, n'essas noites de frio inverno. O que mais lhe custava era vêr a filha horas e horas a scismar.

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