United States or British Virgin Islands ? Vote for the TOP Country of the Week !


O perfume penetrante da sua alma raffinée não passava atravez do kimono de crépe da China. O seu ar não era de modestia tinha era uma maneira parada de se existir pra fóra, mas quem analysásse melhor os seus gestos veria que faziam lembrar um loup que mal lhe encobrisse a oval delicada do rosto sem conseguir disfarçar os requintes exquisitos da sua alma de eleição. O velho e sympathico Marquez seu pae não a comprehendia e não era porque não lhe custásse muitos cabelos brancos andar sempre atraz d'ella pra lhe advinhar os pensamentos. Quando havia visitas ella punha-se logo no seu constante mau-estar que lhe encobria todo o seu fino espirito a quem não a conhecêsse (e infelizmente ninguem a comprehendia) e o pobre Marquez tirando com a paciencia o seu monóculo de aro d'oiro, inclinava-se sobre um joelho e dizia baixo ás visitas prá desculpar e sem que ella o ouvisse:

Ria, curvava-se em mesuras, em meneios, agitando no ar as descommunaes mangas do kimono; e ia seguindo o seu caminho entre um bando de amigas, antes ziquezagueando, a passos miudinhos, indécisos, sem intuito.

Ora, ia pensando, se elle fosse correr as feiras todas, as festas dos mil e mil templos do paiz; e alinhando a sua barraca com as outras, onde se exhibem salamandras, crocodilos, creanças sem pés e sem mãos, cães sabios e muitas outras coisas, que abundantissima chuva de sapecas lhe não cahiria em cima, quer dizer, dentro das mangas do kimono!... "Meus senhores, entrem todos!

O vestuario attinge a maior simplicidade; um unico kimono de algodão azul e branco, amarrado na cintura, é tudo... e ás vezes nem é tanto. O europeu, quando ainda estranho ao meio, encara então surpreso este Japão nu ou quasi nu, passeando sem cerimonia as suas pernas, os seus braços, os seus collos, os seus seios e ainda mais, exposição paradoxal de grotescos e de encantos...

Pela abundância cálida do cabelo uns toques déstros de ferro haviam passado, ondeando-o ao de leve; não menos déstras pinceladas de kohl haviam engrossado a linha sensual dos cílios, haviam como que incendido num voluptuoso fogo latente a macerada sombra das olheiras; e daquela plástica impecável os movimentos rítmicos podiam íntegros surpreender-se e adivinhar-se, pelas indiscretas lisuras e os denunciadores refegos do precioso kimono de sêda grenat que os cingia apenas, sôltamente, deixando por inteiro a nu os antebraços e a alvura do colo deslumbrante, que nas suas linhas de contacto com a sêda adquiria reflexos duma rosada e fluida transparência, como se fôra carne feita de pérolas moídas.

De nada careço n'este mundo, retorquiu Chyo Densu, tendo em cada dia um kimono lavado para vestir e uma tijela com arroz; vos supplico, senhor, que por vossa ordem terminante sejam cortadas cerces todas as cerejeiras do jardim d'este templo, para que de futuro se não torne um logar de folia e desacatoFoi-lhe o desejo satisfeito; e em Tofukuji, ainda até hoje, nem um de cerejeira floresce.

Não ha comparação possivel entre as duas. A europea offusca a japoneza pelos seus meritos triumphantes. A esta, humilde e timida, restaria acaso uma desforra: era entreabrir o kimono de seda na parte junto ao peito, patentear lhe o par de maminhas brancas e roliças, com os bicos côr de rosa macerados pelos dentinhos do garoto que lhe brinca no collo, nu em pêlo...

Disse mais que essa mulher não cessava de fital-a; e se ria, a mulher ria; e se fallava, os labios da mulher acompanhavam-n'a no gesto; e, para cumulo de estranheza, vestia um kimono azul e branco, igual ao seu, que ella trazia... O marido sorria-se, com uns ares de doutor, que da viagem lhe provinham; e foi benevolamente convencendo-a de que essa mulher era ella mesma, e que o espelho, por um mysterio que elle não sabia explicar, apenas reproduzia a sua imagem, os seus encantos proprios; na cidade, muitas raparigas possuiam espelhos como aquelle, e n'elles se viam e reviam, ora compondo as voltas do cabello, ora pintando os labios de escarlate, ora por mero passatempo de se acharem bonitas, as garridas.

Quando pela noite, na cosinha, mangas do kimono arregaçadas até acima dos sovacos, avental sobre as pernas, celha ao lado, se dispunha a preparar a sua ceia, ouviu que de fóra, e junto á porta, uma fallinha mansa lhe ia dizendo: " licença! licença?"... Corre o homem a abrir a corrediça, ainda com a faca da cosinha, e um carapau na dextra adunca; e á luz frouxa d'um luar de quarto minguante, poude distinguir um vulto de mulher em nada extraordinario, porém doce e cortez, que lhe confessou ser uma viajante extraviada do caminho, sem casa e sem abrigo, e lhe pedia poisada para aquella noite. «Entre depressa, menina, acode-lhe o sujeito, e venha partilhar do pouco que aqui tenho». Então, dando-lhe entrada, conduzindo-a ao aposento das visitas, fel-a descançar sobre a esteira, e junto do brazeiro, foi-lhe servido o chá tradicional. «Muito obrigada.» O homem rogou-lhe seguidamente que esperasse pela ceia, uma ceia de peixe por signal, que elle ia amanhar sem perda de um minuto. «Permitte-me que eu ganhe o direito ao meu quinhão, ajudando-o n'essa lidaDisse que não redondamente, que nunca consentiria que os seus hospedes trabalhassem na cosinha.

Querer inventariar os typos, fôra insania, é a massa inteira popular despreoccupada, risonha, gosando de viver. Passam familias, o pae, a mãe, um filho preso ao seio e os outros pela mão; ranchos de soldados e ranchos de marujos; ranchos de raparigas; moços, alguns indo caminho do bairro dos prazeres, Fukuwara, que está perto; peregrinos; mendigos; vadios; larapios; extrangeiros. Os garotos assopram nas trombetas que compraram, ou mordem em bolos ou em fructos. Aquella musumé fresca, vestida apenas do seu kimono de verão, azul e branco, vae de volta; e leva dependurada das mãositas uma gaiola em miniatura, cheia de reluzentes pyrilampos. Uma velha rejubila com o vaso de bellos lirios que mercou.

Palavra Do Dia

dormitavam

Outros Procurando