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Pouco tempo depois de chegarmos a Malta, tinhamo-nos relacionado com lord Grenley, que estava ali passando o inverno e curando os seus blue devils. Tinha vindo de Inglaterra n'um lindo yacht, chamado The Romantic, que nós viamos todos os dias na bahia bordejar, fazendo reluzir ao sol os seus cobres polidos e o seu esvelto costado branco. Lord Grenley ligára-se muito com o conde.

Que terra é aquella? perguntou mostrando com a mão tremula, uma linha escura no horisonte. A Africa, respondeu lord Grenley. Ella ficou olhando vagamente: Fui uma vez a Tanger, disse com uma voz lenta, era nova então! Era feliz! Estava um dia lindo... Era em maio... Calou-se. E voltando-se para mim: Faz agora mezes que passámos n'esta altura, lembra-se? E aquelle punch a bordo do Ceylão?

Entrou rapidamente, perguntou-me: Voltaram? como foi? Sabia então alguma cousa? interroguei admirado. Tudo. Por um acaso. Sabia que queriam fugir. Durante toda a noite Rytmel andou fazendo preparativos. Era uma combinação de ha trez dias. Lord Grenley sabia. E agora? Agora, disse eu, tudo terminou. A condessa naturalmente parte no primeiro paquete.

Escute, disse-me uma voz subtil como um sopro. Era Carmen. Se é um homem de honra, cautella amanhã com o passeio a Gozzo. E desappareceu. No outro dia ás seis da manhã fui a casa de Rytmel. A condessa havia estado durante a noite sob o dominio d'uma extrema agitação nervosa, mas não queria renunciar ao passeio de Gozzo. Encontrei Lord Grenley com Rytmel, tomando chá.

Em nome do Padre, disse o capellão, do Filho e do Espirito, santa seja a sepultura a que ella é deitada, e que fique como em terra sagrada n'estas aguas do mar! Amen! murmuraram os marinheiros. Ao mar! disse lord Grenley com voz forte.

Lord Grenley adiantou-se e disse em voz alta: N'este dia, a bordo do Romantic, navio inglez, morreu Carmen Puebla, de nação hispanhola, e para eterna protecção do seu corpo, como sendo sepultada em territorio britannico, foi amortalhada na bandeira ingleza. In pace. Amen! responderam os marinheiros.

O mar era grosso, e nós receavamos mau tempo quando nos avisinhassemos das correntes do golpho de Lião. Carmen quasi sempre queria estar na tolda, ao ar, ao sol, vendo o mar. Arranjava-se-lhe uma cama, e ali ficava, olhando, scismando, soffrendo, e conversando com o capellão de lord Grenley, velho cheio d'uncção, que tinha um encanto singular fallando das cousas do ceu.

Mas os seus defeitos não eram excepcionaes, nem destacavam. Lord Grenley dizia d'elle admirado: Que homem! não tem espírito, não tem mão de redea, não tem ar, não tem grammatica, não tem toilette, e todavia não é desagradavel. Mas a natureza fina, aristocratica, da condessa, tinha occultas repugnancias, com a presença d'esta pessoa trivial e monotona.

Era um transporte commodo e livre, e lord Grenley uma companhia symphatica, porque me assustava a idéa de ver durante uma longa viagem no mar, a debilidade de Carmen estiolar-se ao meu lado. Emfim uma tarde partimos. Era ao escurecer, o ceu estava nublado, quasi chuvoso. Carmen ia profundamente doente.

Havia tres mezes que estavamos em Paris: o conde creio que o disse estava na Escossia com lord Grenley caçando a raposa nas tapadas do principe de Beaufort. Houve então um baile no Hotel de Ville, um d'esses bailes officiaes em que uma multidão de praça publica se acotovella sob os lustres, brutalmente.

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