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Mas quem pode liurarſe por ventura, Dos laços que amor arma brandamente Entre as roſas & a neue humana pura, O ouro, & o alabaſtro transparente Quem de hũa peregrina fermoſura De hum vulto de Meduſa propriamente Que o coração conuerte que tem preſo, Em pedra não: mas em deſejo aceſo.

O não me fujas, aſsi nunca o breue Tempo fuja de tua fermoſura, Que ſo com refrear o paſſo leue, Vencerâs da fortuna a força dura: Que Emperador, que exercito ſe atreue. A quebrantar a furia da ventura, Que em quanto deſejey me vai ſeguindo, O que tu ſo faras nam me fugindo? Põeste da parte da desdita minha? Fraqueza he dar ajuda ao mais potente: Leuas me hum coração, que liure tinha?

88 "Olha por outras partes a pintura Que as Estrelas fulgentes vão fazendo: Olha a Carreta, atenta a Cinosura, Andrómeda e seu pai, e o Drago horrendo; de Cassiopeia a fermosura E do Orionte o gesto turbulento; Olha o Cisne morrendo que suspira, A Lebre e os Cães, a Nau e a doce Lira.

Olha a carreta, atenta a Cinoſura, Andromeda, & ſeu pay, & o drago horrẽdo: de Caſsiopea a fermoſura, E do Orionte o geſto turbulento, Olha o Ciſne morrendo que ſoſpira, A Lebre, & os Cães, a Nao, & a doce Lira.

Ao tempo que os Mouros a que em Arabigo chamam Miçamidas entraram por Espanha, e destruiram a Cidade de Sevilha na era do Senhor de mil cento quorenta e sete annos estava El-Rei D. Affonso em Coimbra havendo oito annos que depois de alçado por Rei reinava, o qual havia muito que tinha grande vontade, e desejos de tomar a Villa de Santarem a uma, por della se fazer muita guerra, a toda sua terra, a outra por ser a milhor Villa do Reino, pela nobreza, e abastança de seu assento, que da parte do Oriente a vista dos homens não se póde fartar de ver a fermosura dos campos mui chãos, abastados de muito pão, correndo por elles o grande, e mui nomeado Rio do Tejo, esso mesmo ao Occidente, e ao meio dia desfallece a vista dos olhos em o ver espaçoso, e ao Norte contra os Montes, grande avondança de vinhas, e olivaes, pelo qual falando muitas vezes El-Rei D. Affonso em seu deleitoso, e abastado assento em todalas cousas, chamava-lhe Paraiso deleitoso; era El-Rei mui magoado, e todo penoso em seu coração por a ver em poder de Mouros, e não poder toma-la, com quanto trabalho tomára sobre ella, porque a Villa não era tão grande de manter, nem defender, aos que dentro estavam, nem tão pequena, que se pudesse furtar de poucos, álem desto, era mui forte de muro, e torres, e barreira da parte do Occidente a que os Mouros chamam Alfão, porque parecia deste cabo cham, em respeito do outro cerco que é sobre barrocas mui altas, e da parte do Oriente fizeram os Mouros carretar tanta terra aos Christãos que tinham cativos, com que encheram de fundo acima, e fizeram um oiteiro de tal altura, que lhe puzeram os Mouros nome Alarfa, que quer dizer couza ingreme, e temerosa, porque lançavam por alli os que eram condenados por sentença á morte, e iam os corpos mortos ter ao fundo á ribeira do Tejo, e da parte do Sul por rezão da propriedade da terra esbarrondada que seubre chamavam Alfange, que em Portuguez soa quebrada, e não se podia por alli haver entrada ao lugar, se não por recaios, e da parte do Norte não menos está afortalezado, pela grande altura do Monte que é pedregoso, e aspero, pelo qual assi pela grande Fortaleza da Villa, que por nhuma maneira de engenhos se podia combater, como pelo grande percebimento de muito boa gente, e mantimentos que dentro havia, não podia El-Rei D. Affonso haver modo de a tomar, nem remedio para tolher a grande guerra, que de gram tempo desta Villa se fazia a Coimbra, e a outros seus lugares.

Via Acteon na caça, tam auſtero, De cego na alegria bruta, inſana, Que por ſeguir hum feo animal fero, Foge da gente, & bella forma humana: E por caſtigo quer doçe, & ſeuero, Maſtra lhe a fermoſura de Diana, E guarde ſe nam ſeja inda comido Deſſes cães que agora ama, & conſumido.

Quis aqui ſua ventura, que corria Apos Efire, exemplo de belleza, Que mais caro que as outras dar queria, O que deu para darſe a natureza, Ia canſado correndo lhe dizia. O fermoſura indigna de aſpereza, Pois desta vida te concedo a palma, Eſpera hum corpo de quem leuas a alma. Todas de correr canſam, Nimpha pura, Rendendo ſe aa vontade do inimigo, Tu ſo de my ſo foges na eſpeſſura?

Arrumou a carta, re-abriu o seu Antonio Ferreira, e leu no soneto XXXIII: Eu vi em vossos olhos novo lume, Qu'apartando dos meus a nevoa escura. Viram outra escondida fermosura, Fóra da sorte e do geral costume... Deitou-se por deshoras, e dormitou sobresaltado. Ante-manhã espertou com as alvoradas de uns pintassilgos e calhandras, que lhe cantavam amorosamente na alma.

Palavra Do Dia

dormitavam

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