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Atualizado: 15 de outubro de 2025
Desde o momento em que o homem pôde realisar esta synthese estupenda, o maravilhoso, as tradições fabulosas fugiram espavoridos do dominio da Historia. Outr'ora, como observa Edgar Quinet, «cada nação se fazia o centro e o fim do universo, e se impunha á adoração do genero humano »; agora era o genero humano que se impunha á admiração de cada nação.
Sobre a madrugada Maria Peregrina afastou, suavemente, os braços de Edgar e disse-lhe com fleuma: Vamos, arranja-te. Creio que não quererás que te procurem aqui. Conforme, disse elle, se o facto de nos encontrarem aqui nos obrigasse á união para sempre, gritaria já daquella janella o meu triumpho.
Edgar! chamou. Nada... Sacudiu-o, e o corpo abandonou-se-lhe. Maria Peregrina, recuou; pôs-se a examiná-lo: estava de bruços, com o ouvido direito collado á areia, o braço esquerdo ao longo do torso e o direito estendido para a frente, tendo na mão um revólver. Percebeu então; estava morto: suicidára-se. Pobre rapaz! disse a meia voz. Que lindo!...
Os convivas eram Nuno, Apollo, Venus, adolescentes morenos de culpa, que fui resgatar ao inferno catholico; Sebastião, o ephebo-martyr; Edgar muito discreto e lindo no seu nu côr de tocha; Ruy, abraçado a Nuno, a afogá-lo no mar de luz do seu olhar velludento, verde de vicio; Helen, feita sereia vegetal, erguendo a cabeça airosa e loira dentre petalas de açucena; finalmente a Hermaphrodita, a Penedia enorme, que vi espreguiçar-se, mover o peito, as coxas de gran, e levantar-se, suprema, para vir tambem tomar parte na refeição, penetrar-se da essencia, do olor das rosas.
E, fechando a porta sobre Edgar, que descia cauteloso e somnambulo a escadaria, foi, semi-nua, como estremunhada, procurar no segredo dum movel o retrato de Helen, que ficou a fitar por largo tempo. No dia seguinte tentou Edgar falar-lhe.
Vamos daqui, Edgar, concluiu num riso amargo. Maria, pediu o irlandês, um instante apenas! Vamos! E partiram os dois, silenciosos, perdendo-se no borborinho dos que batalhavam o tennis num recanto do recreio... Passou um mês. Chegou a noite de nupcias de Helen. Meia noite. Maria escrevia sem cessar desde as 9 horas. Subito sentiu mexer na porta. Levantou-se e foi abrir.
Respeitar-te-ei todos os caprichos, até loucuras, que eu sei que o genio as tem... Só uma coisa quero o direito de fundir a beijos o teu corpo... Basta, Edgar! disse ella, dando-lhe a capa e acompanhando-o até á porta. Deixa-me! Não exasperes a minha sensibilidade, duplicando o meu horror por ti. Vae!...
Edgar, desesperado, tentou o ultimo reducto. E, decidido, procurou a hora em que Maria, segundo o costume, ia abancar junto á Fonte. Estava lá, de facto. Viu Edgar e baixou os olhos sobre um livro que tinha aberto, sem ler. Elle chegou junto della e começou a falar-lhe resoluto. Mas, pouco e pouco foi perdendo a serenidade, ao passo que ia lendo na physionomia da amante o horror que lhe inspirava.
Certo é que a filha de Typhão parecia ter resurgido do mar e, esquecida do aggravo de OEdipo, golphava da boca larga e mal talhada columnas de agua. Á hora do curto dialogo de Edgar e Hugh desciam as raparigas ás piscinas. Lestas, seguiram quasi ao mesmo tempo para o patim da tina alta. Entre Helen e Violet ia a portuguesa.
Comprarei essa mentira por toda a casta de infamia, e irei, de alma lavada, prostituir-me ás casas de pederastia que houver ou tivermos de inventar. Como esbanjas a fortuna dos teus encantos! Tens o talento de te fazer amar, mas não sabes amar... Basta, Edgar! Bem dizia eu: não me comprehendes. Não extranho.
Palavra Do Dia
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