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Atualizado: 10 de junho de 2025


A Dionysia descalçou os sapatos, desceu em pontas de pés e fechou-se na loja do carvão. Elle voltou ao quarto com a luz. Amelia estava, immovel, toda pallida. O parocho fechou a porta e foi para ella, calado, com os dentes cerrados, soprando como um touro. Meia hora depois Dionysia tossiu na escada.

Pensava assim horas inteiras, sobre a sua costura; pensava assim, mesmo no caminho para casa do sineiro; e depois de ter estado um momento com a Tótó, muito quieta agora, extenuada da febre lenta, quando subia ao quarto, a primeira pergunta a Amaro era: Então, ha alguma novidade? Elle franzia a testa, rosnava: A Dionysia anda... Porquê, tens muita pressa?

Tranquillisára-a a respeito da ama, dizendo-lhe que fallára á mulher da Ricoça inculcada pela Dionysia. Era uma escolha rica a snr.^a Joanna Carreira! Mulher forte como um carvalho, com barricas de leite, e dentes de marfim... Fica-me tão longe para vir vêr depois a criança... suspirava ella. Tomavam-n'a agora pela primeira vez enthusiasmos de mãi.

Mas o parocho, apressado, puxou-a pelo braço: Não vale nada, não vale nada! Desceram a rua deserta, aconchegados debaixo do guardachuva, com a Dionysia ao lado, muito calada, de chale pela cabeça. Todas as janellas estavam apagadas; no silencio as goteiras cantavam d'enxurrão. Jesus, que noite! disse Amelia. Vai-se-me a perder o vestido. Estavam então na rua das Sousas.

E foi-o emfim seguindo pela escada, como tonta, com as orelhas a arder, tropeçando a cada degrau na roda do vestido. Entra p'r'áhi, é o quarto, disse-lhe elle ao ouvido. Correu á cozinha. Dionysia accendia a vela. Minha Dionysia, tu percebes... Eu fiquei de confessar aqui a menina Amelia.

Então, por vingança do padre, para «lhe desmanchar o arranjo», desejava que João Eduardo não apparecesse: e muitas vezes, quando a Dionysia lhe vinha dar conta dos passos, dizia-lhe com um mau sorriso: Não se canse. O homem não apparece. Deixe ... Não vale a pena ganhar dôr de peito... Mas a Dionysia tinha o peito forte e uma noite veio, triumphante, dizer-lhe que estava na pista do homem!

E sem excepção as crianças morriam... Como tinha havido uma muito conhecida que era tecedeira, e as criancinhas iam para o céo... D'ahi é que vinha o nome. Então as crianças morrem sempre? Sem falhar. O parocho passeava devagar pelo quarto, enrolando o seu cigarro. Diga tudo, Dionysia. As mulheres matam-n'as? Então a excellente matrona declarou que não queria accusar ninguem!

A Dionysia entrou, pousou o pucaro da agua sobre o lavatorio, tossiu, e fallando sobre as costas d'Amaro: Ó senhor parocho, olhe que isto assim não tem geito. Hontem iam vendo sahir daqui a pequena.

Que tem que viva na Ricoça?... Em a rapariga convalescendo as senhoras vêm p'r'á cidade, e não se falla mais na Ricoça. Mas a Dionysia procurava ainda, arranhando devagar o queixo. Tambem sabia d'outra. Essa morava para o lado da Barrosa, a boa distancia... Criava em casa, era o seu officio... Mas n'essa nem fallar! Mulher fraca, doente?

Foi hospede tanto tempo... Ai, eram como irmãos... disse a Dionysia, ainda chorosa. Fallaram então de doenças de coração porque a Dionysia contára á Escolastica que a pobre menina tinha morrido d'um aneurisma rebentado. A Escolastica tambem soffria do coração; mas n'ella eram flatos, dos maus tratos que lhe dera o marido... Ah, tinha sido bem infeliz tambem!

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