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Atualizado: 12 de maio de 2025


Vejo pessôas de todos os sexos e edades, em meio á densa escuridão da noite, bramindo apavorados gritos, impetrando o auxilio do ceu impassivel, amaldiçoando o momento final com o tôrvo desespéro das grandes afflições. A bracejar contra a correnteza, lobrigo um ou outro naufrago n'aquelle pégo, quasi tão vasto como o do mantuano cantor.

A primeira edição das obras do poeta bucolista resultou dos manuscritos de Bernardim Ribeiro, recolhidos após a morte do apaixonado cantor de Joana, ou no ultimo período da sua desventurada existência, e dados á estampa por qualquer curioso sem critério literário...

O vate de Anathoth, sobre seus restos, Com tal lamento se doeu da patria: Canto de morte alçou: da noite as larvas O som lhe ouviram: squallido esqueleto, Rangendo os ossos, d'entre a hera e musgos Do portico do templo erguia um pouco, Alvejando, a caveira: era-lhe alivio Do sagrado cantor a voz suave Desferida ao luar, triste, no meio Da vasta solidão que o circumdava: O propheta gemeu: não era o estro, Ou o vivido júbilo que outrora Inspirára Moysés: o sentimento Fui sim pungente do silencio e morte, Que da patria lhe fez sobre o cadaver A elegia da noite erguer, e o pranto Derramar da esperança e da saudade.

Quem ousára o sorriso do insulto Juncto ao negro edificio soltar, E com goso, na mente, por terra Suas grimpas jazendo pintar? Mas ha muito que os bons se finaram; Mas ha muito que ás dores fugiram, E depois, nesses velhos sepulchros Quantos maus inquietos dormiram! Quem o sabe? Quaes foram? Seus nomes Pereceram: ninguem o dirá. O que o sabe os julgou; e do abysmo Nem um ai o cantor tirará.

Cançado de triumphos, de glorias e pesares, o cantor de Dorothea ama-a, como um viandante do deserto que ama a brisa fresca da collina que lhe vem alentar os pulmões exhaustos.

A gaia, ou folgasan, sciencia, pelo contrario, tendo devido começar, como o seu nome o inculca, por celebrar as boas fortunas, foi por natural pendor descahindo a pouco e pouco para a tristeza, para a saudade, para a desesperança, que vieram por derradeiro a constituir o habito e principal caracter da poesia da edade média. O cantor apaixonado era o proprio heroe dos seus cantos.

A maldicção de Deus vestiu-lhe a vida De padecer e lagrymas. Ignoto Será ao mundo que surgiu na terra O genio de um cantor, bem como planta Morta apenas saída á flor do solo, Ou como a aragem da manhan, que passa Antes de o sol nascer, em dia estivo. E que importa essa gloria ao dono della? Esse fructo do Asphaltite que encerra Senão cinza em involucro formoso?

Isto diz, mas em carmes inspirados e em divinas modulações, o immortal cantor dos feitos patrios.

Outr'ora, em seu mirante, pensativa, Muitas vezes a luz da madrugada A via entre boninas, enlevada, Nos sons d'uma guitarra fugitiva. Agora, a Beatriz do Poeta abstruso, A Elleonora das canções do Tasso, A Nathercia gentil do cantor luso, Sol perdido em nevoeiro escuro e baço, A citharas prefere a roca e o fuso, Aos meus cantos, presuntos de Melgaço!

O sublime Cantor harmonioso, Que de Troia a catastrofe nos pinta, Que, em brando verso, imagens lizongeiras, Da Sapiencia os pennetraes nos abre; A idéa em si contém das artes todas. Pelas margens do Indo, e turvo Ganges Meditadores Brâmenes diviso, Que em sombra muito espessa a luz envolvem, E a verdade entre symbolos nos dizem.

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