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Atualizado: 30 de abril de 2025
E porque n'aquelle mesmo tempo se cumpria o anno de aprovação, que á Senhora D. Joana fôra dado para no cabo d'elle escolher, ou entrar em terçaria em poder da dita Infante D. Briatiz, ou fazer profissão, chegaram alli por embaixadores e procuradores d'El-Rei e da Rainha de Castella o Prior de Prado, que depois foi o primeiro Arcebispo de Grada, e o doutor Affonso Manuel, para serem no auto e execução de qualquer d'estas cousas que a dita Senhora escolhesse.
E que d'hi a certo tempo nos contratos conteudo a dita Senhora D. Joana, com todalas escripturas que tivesse, e se podessem haver ácerca do que tocava á sua subcessão de Castella, e assi os ditos Infantes fossem postos em terçaria na villa de Moura em poder da dita Infante D. Briatiz, na qual estivessem até serem perfeitamente casados.
Os quaes dois escriptos do Principe, com sua determinação tão perantoria tiveram no Conselho tanta força, que os embaixadores todos sem mais altercações se conformaram e acordaram a entrega da dita Infante, que foi a onze dias do mez de Janeiro de mil e quatrocentos e oitenta e um, a que a Infante D. Briatiz com toda a frol e gentileza de Portugal que alli foi junta sahio, e a uma legoa de Moura junto com a quintã que dizem da Coroada, e no meio de um ribeiro que alli corre, das mãos dos ditos senhores e embaixadores de Castella recebeu a dita Infante D. Isabel.
E no começo do anno seguinte de mil e quatrocentos e quarenta e tres, falleceu de febre continua D. Diogo, filho do Infante D. João, cuja herança e casa passou logo a D. Isabel sua irmã maior, e depois porque casou com El-Rei de Castella, passou por contrato á filha segunda D. Briatiz, casada com o Infante D. Fernando, como disse.
E porque a villa e fortaleza de Moura em que terçarias foram logo ordenadas, e em que o Principe á sua custa para os Infantes mandou fazer honrados aposentamentos, era nos verãos naturalmente muito doentia e perigosa, requereu o Principe a El-Rei e á Rainha de Castella e á Infante D. Briatiz, que para segurança das vidas e pessoas dos ditos Infantes, houvessem por bem as ditas terçarias pelas mesmas condições se mudarem á villa de Beja, que de seu sitio era sã e de bons ares.
El-Rei, d'Estremoz se foi a Evora, e hi leixou seus filhos, e com elles D. Briatiz, e Diogo Soarez d'Albergaria seu marido, que por sua fidalguia, bondades, e grande saber foi dado ao Principe por aio, e até sua morte sempre o foi.
Acabado o qual de necessidade escolheria uma de duas cousas, ou fazer inteira profissão, e ser freira professa no habito da ordem que recebesse, ou ir-se pôr nas terçarias de Moura com os ditos infantes D. Affonso e D. Isabel, para n'ellas estarem em poder da Infante D. Briatiz até se cumprirem os tempos e cousas dos capitulos que para cada uma d'ellas eram concordados, para que a dita Infante em sua vida e por seu fallecimento a Senhora D. Fellipa sua irmã, ou D. Diogo duque de Vizeu, e o Senhor D. Manuel seus filhos com seus alcaides e capitães e cavalleiros fossem os sós e principaes mantedores e seguradores das ditas terçarias, e n'ellas haviam de poer as guardas e officiaes á sua vontade, sem os Reis nem Principe poderem a ellas ir durando o tempo d'ellas, e para o melhor poderem fazer, houveram dos ditos Rei e Principe autentica faculdade e licença para d'elles se desnaturarem.
E porém que a dita Senhora D. Joana logo se pozesse em terçaria, em poder da Infante D. Briatiz com todalas ditas escripturas que fossem em seu favor, ou entrasse em religião em um de cinco moesteiros, ou em Santa Clara de Santarem, ou de Coimbra, ou no moesteiro de Christus d'Aveiro, ou no Salvador de Lisboa, ou na Conceição de Beja, em cada um dos quaes recebesse o habito, e estivesse um anno que se dizia da aprovação.
E aos tres dias de Maio d'este dito anno de mil e quatrocentos cincoenta e cinco, em Lisboa pario a Rainha o Principe D. João, que aos oito dias logo seguintes na Sé da dita cidade foi bautizado pelo Bispo de Ceuta D. João, que depois foi Bispo da Guarda, e foi levado á pia nos braços do Infante D. Fernando, irmão d'El-Rei, e acompanhado do Infante D. Anrique, e das Infantes e senhores e senhoras do reino; foram padrinhos o duque de Bragança, e D. Vasco de Tayde, prior do Crato, e madrinha D. Briatiz de Vilhena, mulher de Diogo Soarez.
E no anno de mil e quatrocentos e setenta, a dezoito dias do mez de Setembro, o dito Infante D. Fernando falleceu, e deu sua alma a Deos em Setuvel, em idade de XXXVII annos, sendo El-Rei seu irmão e a Infante sua mulher presentes, por cuja morte fizeram claros sinaes de grande dôr e sentimento; foi seu corpo logo enterrado no mosteiro de S. Francisco da observancia, que é junto com a dita villa, e de hi foram depois seus ossos com muita honra, e grande solemnidade, treladados ao mosteiro da Conceição de Beja, onde jazem em sua mui honrada sepultura, a qual a Senhora Infante D. Briatiz sua mulher como Princesa em toda mui virtuosa, juntamente com o dito mosteiro de novo fundou e edificou com grandes suas despesas, e perpetuamente o dotou de muitas rendas e singulares ornamentos.
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