Vietnam or Thailand ? Vote for the TOP Country of the Week !

Atualizado: 17 de junho de 2025


Uma vez recolhia eu para jantar, quando vi a Mariquitas, com uma boneca deitada nos joelhos. Eu conheço aquella boneca!... disse eu de mim para mim. E, não podendo resistir á curiosidade, bradei: Ó Maricas!... Quem te deu a boneca?... Foi ali a menina da visinha! respondeu a pequenita, córando de prazer. Era escusado dizer-m'o. Maria pegara na boneca e voltára-a de face para mim.

Homem de poucas falas, o telegraphista não conversava com ninguem. E, de motu proprio, ninguem ousou dizer-lhe que a mulher que elle namorava tinha apenas a altura de uma boneca. O telegraphista caiu de cama com uma pneumonia. A solidão do seu quarto de doente levou-o decerto a pensar no casamento.

E como o coração é que sempre domina e guia a mulher, eis o coração fazendo um milagre n'aquella mulhersinha de oito annos, que deixa de ser a traquinas, a turbulenta, a ociosa creaturinha, e que principia a conhecer as delicias do trabalho e os santos prazeres do sacrificio. O sacrificio por uma boneca! Sim, o sacrificio, e porque não?

Fugiram ambas as pequenas a um tempo: a rica para exigir nova boneca; a outra, para mostrar á mãe a que ella ainda não podia acreditar, que fosse sua! Por espaço de mezes foi a boneca a principal occupação da nova dona. A pobre perdêra na troca. Ia longe o tempo em ella se vestia quatro vezes em quatro horas!... lhe não davam excellencia!

V. Exconsente? Eu vou dizer. Fui comprar uma boneca p'r

quem não é mãe e quem nunca foi creança é que escarnecerá da expressão que empregamos. Pois não sabem que essa primeira boneca, que se recolhe nua nos braços, e que se veste, que se calça, que se conchega, que se adormece entre beijos e affagos, é o primeiro sonho de um coração de mãe? As amigas das nossas filhas!

Um pastel de Antonio de la Gandara, maquilhada como uma infanta de Velasquez, mais artificial que uma boneca de Nuremberg, sem vicio, talvez, amante enternecida d'algum croupier de Cercle ordinario... Sei !... encolheu, impaciente, os hombros, a concluir. Houve um silencio. Raras carruagens passavam. Estava triste a Avenida. Descemos.

Será pieguice, será o que o leitor quizer; mas, confesso-lhe, que me impressionou o fim da pobre boneca. Mal passou a chuva, desci o degrau da porta e, chegado á vidraça do sapateiro, perguntei com voz involuntariamente severa: Porque deitaste fóra a boneca, Maricas!? Não fui eu... balbuciou a pequena, chorando. Foi ali o Joaquim!... E porque fizeste tu aquillo, Joaquim?...

Eu estava á porta de casa, esperando que a chuva cessasse, e olhava melancolicamente para a agua negra, que corria. Nisto ouvi um grito, que partia da loja do sapateiro. Voltei machinalmente o rosto... Um objecto, arremessado de dentro da loja, atravessou o espaço voando, e foi cair no leito do enxurro... Olhei... Era a boneca!...

Palavra Do Dia

impede

Outros Procurando