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Atualizado: 25 de maio de 2025


Gritarei; mas he debil e pequena A voz para poder desabafar-me; Porque nem com gritar a dor se abrande. Quem me dará se quer que fóra mande Lagrimas e suspiros infinitos, Iguaes ao mal que dentro na alma mora? Mas quem pôde algum'hora Medir o mal com lagrimas, ou gritos? Direi, emfim, aquillo que m'ensinão A ira, e mágoa, e dellas a lembrança, Que outra dor he por si mais dura e firme.

Exprimentou-se algum'hora D'ave, que chamão Camão, Que se da casa, onde mora, adúltera senhora, Morre de pura paixão. A dor he tão sem medida, Que remedio lhe não val. Mas oh ditoso animal, Que póde perder a vida, Quando tamanho mal! Nos gôstos de vos querer Estava agora enlevado, Se não fôra salteado Das lembranças de temer Ser por outrem desamado.

ALMENO. Onde viste tu, Nympha, amor sisudo? Porque ja não te lembra que folgaste Com meus tormentos tristes, e algum'hora Com teus formosos olhos ja m'olhaste? Porqu'a memoria tão á pressa perdes Do amor que me mostravas, qu'eu não digo, Se o vós, ó altos montes, não disserdes? E como te não lembras do perigo, A que por m'ouvir t'aventuravas, Buscando horas de sesta, horas d'abrigo?

Huns, que fallão muito, vi, De que quizera fugir; Huns que, emfim, sem se sentir, Andão fallando entre si; Porfiosos sem razão; E desque tomão a mão, Fallão sem necessidade; E se algum'hora he verdade, Deve ser na confissão; Porque quem não mente... Ja m'entendeis. Oh vós, quem quer que me lerdes, Qu'haveis de ser avisado, Que dizeis ao namorado Que caça vento com redes?

A clemencia, que asserena Coração tão singular, S'eu nisso puzesse a penna, Sería encerrar o mar Em cova muito pequena. Bem basta, Senhor, que agora Vos sirvais de me occupar; Que assi fareis aparar A penna, com que algum'hora Vos vereis ao ceo voar. Assi vos irei louvando, Vós a mi do chão erguendo, Ambos o mundo espantando; Vós com a espada cortando, Eu com a penna escrevendo.

Que, pois desculpa não tem Coração que tanto quer, Vou-me; que não será bem Que quem vós não podeis ver, Que possa mais ver ninguem. Se algum'hora meu cuidado Vos der dor, em que pequena; Peço-vos, pois fui culpado, Que vos não peze da pena De quem vos foi tão pezado. E despois que a desventura Puzer este coração Debaixo da sepultura, As letras na pedra dura Vossa dureza dirão.

Oh quem me alli dissera Que d'Amor tão profundo O fim pudesse ver eu algum'hora! E quem cuidar pudera Que houvesse ahi no mundo Apartar-me eu de vós, minha Senhora! Para que desde agora, Ja perdida a esperança, Visse o vão pensamento Desfeito em hum momento, Sem me poder ficar mais que a lembrança; Que sempre estará firme Até no derradeiro despedir-me.

Vendo a morte presente, em mi dizia: Se algum'hora, Senhora, vos lembrasse, Nada do que passei me lembraria. Emfim, nunca houve cousa que mudasse O firme amor intrinseco daquelle Em quem alguma vez de siso entrasse. Huma cousa, Senhor, por certa asselle, Que nunca amor se affina, nem se apura, Em quanto está presente a causa delle.

Descubriste-te agora; e foi por via Que teu descobrimento e meu defeito, Hum me envergonha e outro me injuria. Nem tamsomente o Amor me não mostrou Hum'hora em que vivesse alegremente, De quantas nesta vida me negou; Mas inda tanta pena me consente, Que co'o contentamento me tirou O gôsto de algum'hora ser contente.

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