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Atualizado: 1 de junho de 2025
Guiados por essa mulher, a quem Fernando, condoido, perguntára a causa daquelle pranto, foram ter a um casal. As portas todas da casa estavam arrombadas: por uma sahia um grande clarão. Uma velha arca e outros trastes ardiam ao canto de uma adega, e á volta das pipas tripudiava um troço de bésteiros.
A luz da lua não descia até ao fundo da adêga; um canto só estava allumiado, e n'este angulo, Adalberto via uma coisa preta, tão comprida, como duas vezes a sua mão quando muito, mas seguida d'um traço preto que, collado por assim dizer á parede, se inclinava comtudo algumas vezes ora para a direita, ora para a esquerda.
Fallavam das suas flores, das suas gallinhas, dos cuidados que tinham pela adéga e pelo lagar d'azeite, procurando com deligencia pôr em relevo as suas virtudes domesticas.
A noite na adega esconsa, D'uns candís á luz escassa, Quantas vezes não procura O esquecimento na taça! ....................... Que já li sobre uma lage, Occulta, n'umas cavernas, Este sinistro epitaphio Do phantasma das tabernas: «Aqui jaz o bardo triste Junto á bella Carolina: Riu-se a bella do rapaz, Riu-se o rapaz da menina.»
Haja depois quem se affoite A julgar outras mais bellas... São tranças da côr da noite, Precisam d'essas estrellas! Rainha das feiticeiras! Venus, que sahes d'este mar! Pede tudo o que tu queiras, Tudo o que eu te possa dar. Louca, aos meus beijos entrega Teus hombros, teus seios nus!... Dou-te a igreja, o paço, a adega, O báculo, o annel, a cruz;
Os dezastres Naõ axaõ no teu buxo o estreito aperto, Que no de um bigorrilhas: o teu buxo Sem inda rebentar, tres mil dezastres Calado e sofredor alojar pode, Porque he muito mais vasto que uma adega. As tres velhas Irmans doirados dias Ainda te conservem: muitos anos Ainda, ainda sejas no teu mando Franco dispensador destes obzequios.
Se o carrinho cheio de fructa não tivesse ficado lá em cima, e se um bom bocado de vitella sobre o lume não reclamasse os cuidados da cosinheira, não se sabe quanto tempo as duas mulheres teriam ficado na adêga.
No tempo dos reis godos bom tempo era esse! havia em Biscaia um conde, senhor de um castello posto em montanha fragosa, cercado pelas encostas e quebradas de larguissimo soveral. Dama, possuia-a formosa, que era linda a condessa; vinho, não havia melhor adega que a sua; caça, era cousa que na selva não faltava.
Josephina pulava de contente, mas atravez da sua alegria jactava-se uma grande preoccupação. Em cada pequeno pellotiqueiro queria reconhecer Adalberto. A tia Tourtebonne e Sophia não cessavam tambem de pensar no pequeno da adêga, mas a pequena camponeza, com o enthusiasmo da sua idade, não duvidava da sua presença, chegando a parecer-lhe impossivel que elle não estivesse ali.
Não; julgava simplesmente ter cahido n'uma adêga subterranea ou n'uma casa da lenha, como a adêga e a casa da lenha de seu pae; e assim era effectivaménte; estava n'um subterraneo que fazia as vezes de ambas as coisas.
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