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Quantas vezes a pérola encantada, Entre as rochas profundas sepultada, Se dissolve esquecida, lentamente, E nunca chega a vêr a luz do dia? O coração tem dois quartos: Moram ali, sem se vêr, N'um a Dôr, n'outro o Prazer. Quando o Prazer no seu quarto Acorda cheio de ardor, No seu, adormece a Dôr... Cuidado, Prazer! Cautella, Canta e ri mais devagar... Não a Dôr acordar...

E o Doido viu a Morte e o seu eterno Riso rasgado em marmor de sarcasmo, Ocultar-se na branca e fria nevoa Que, ao receber, no seio, aquele Espectro, Como que cheia de agua, escureceu. E riu tambem na luz da madrugada... E o seu riso, tocando as cousas mortas, Não era luz que acorda, mas penumbra De esquecimento, inercia, indiferença.

Quando a sombra, quando a noite Dos altos céus vem descendo, A minha dôr, Estremecendo, acórda... A minha dôr é um leão Que lentamente mordendo Me devora o coração. Canto e chóro amargamente; Mas a dôr, indiferente, Continúa... Então, Febríl, quase louco, Corro a ti, vinho louvado! E a minha dôr adormece, E o leão é socegado. Quanto mais bêbo mais dórme: Vinho adorado, O teu poder é enorme!

*Maria*. «Menina e môça me levaram de casa de meu pae:» é o principio d'aquelle livro tam bonito que minha mãe diz que não intende: intendo-o eu. Mas aqui não ha menina nem môça; e vós, senhor Telmo-Paes, meu fiel escudeiro, «faredes o que mandado vos é.» E não me repliques, que então altercâmos, faz-se bulha, e acorda minha mãe, que é o que eu não quero. Coitada!

O amor que esmalta a vida de harmonias e encantos, que acorda as virações para levarem longe o pollen fecundante, que abre o calyce das flores para as abelhas tocarem os nectarios deliciosos, que une o gemido do regato trepido com o ruido, brando que adormece, do canavial que orna as margens sinuosas?

A minha mãe sorria benevola e agradecia, mas não o ocupava em coisa alguma, porque elle, muito forte no português e no latim e mesmo um tanto no francês, tirado disso á mêsa, diante duma travessa cheia de açorda, ou no pomar podando e cuidando das suas queridas arvores, era homem de alguma utilidade. Um santo, o nosso bom professor!

Acorda Cupido, E a causa sabendo, A quantos o insultão Responde, dizendo: Temieis as settas Nas minhas mãos cruas? Vereis o que podem Agora nas suas. O tyranno Amor risonho Me apparece, e me convida Para que seu jugo acceite; E quer que eu passe em deleite O resto da triste vida.

Nem a acorda sequer, mas por instantes No seu rosto encantado crava os olhos. Se de subito agora despertasse, A infeliz nesse olhar sentíra a morte! Pela fronte do principe traído, Frio corre o suor, e á luz da lampada Estremecem brilhando as grossas bagas. E ella dorme! Oh! mal sabe que os seus dias Nesse instante fatal foram contados!

O bom do velho ao sobresalto acorda, E as lagrymas de alguem banham-lhe a face, E o pranto é mudo; Mas breve um grito e o soluçar e os beijos E o sonho que passou e a voz do sangue Lhe dizem tudo. Não mais sob o carvalho ao velho honrado Esmoladora mão o peregrino Estenderá: Meigos lhe sorrirão extremos dias, E as suas cinzas filial gemido Consolará.

64 Isto Mercúrio disse, e o sono leva Ao Capitão, que com mui grande espanto Acorda, e ferida a escura treva De uma súbita luz e raio santo. E vendo claro quanto lhe releva Não se deter na terra iníqua tanto, Com novo espírito ao mestre seu mandava Que as velas desse ao vento que assopravam.

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