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Borrachas, borrachões assignalados, Que de Alcochete junto a Villa Franca, Por mares nunca d'antes navegados Passaram inda além de Peramanca: Em pagodes, e ceias esforçados, Mais do que se permitte a gente branca, Em Evora cidade se alojaram, Onde pipas e quartos despejaram: II.

Fazem concilio os bebados de porte, Oppõe-se aos Bagulhentos Pedro ingente; Favorece-os o Catigela forte, No Lamarosa tem seu lava-dente. De inveja Lyeo lhes busca a morte, Descendo a Monte-mór contra esta gente, Que em rio Mourinho a acção traidora, E a Peramanca chega vencedora.

Outro a um tronco diz; bebei, Senhora, Senão deitar-vos-hei os olhos fóra. E tendo esta ribeira passada, Onde os quiz afogar o falso guia, A torre appareceu n'uma assomada Onde matou Giraldo a vigia. Á mão direita fica situada Uma povoação de que bebia A gente principal da nossa idade, Peramanca é o nome da cidade.

Dae-me uma vasilha mui cheirosa, Seja de bom licor, não saiba a arruda, De Peramanca seja que é gostosa, O peito esforça, a côr ao gesto muda; Dae-me igual nome ás tassas da famosa Gente vossa que Baccho tanto ajuda; Que se espalhe, e se cante no universo, Se tanta bebedice cabe em verso.

Em vós os olhos tem o Mouro frio, Frio, que usar de vós lhe não é dado; Pelo contrario o barbaro gentio Com desejo de ver-vos 'stá squentado; Peramanca o vermelho senhorio Vos tem s'enviuvaes apparelhado; Que pois em dar seus bens sois brando e tenro, Deseja de comprar-vos para genro.

Promettido lhe tem Baccho o governo Da rua das adegas celebrada, Onde vinhos lhe tem que os de Falerno, Os do Rhim, ou de Alcache tem em nada. Bem sabeis que se vem chegando o inverno, Esta gente vem sêcca e esgotada, parece bem feito que lhe seja Mostrada Peramanca que deseja.

Diz-lhes que vão contentes, vão ufanos, Que mui prestes verão a terra cara; Porque elle caminhava por tal via, Que cedo a Peramanca os levaria. E diz-lhes mais, com falso pensamento, Que esta via por mais breve tomou, Posto que um rio tem, mas sem tormento E sem perigo sempre se passou.

E disse um d'elles: pois que em tal sazão Viemos que entre nós nem gota havia, Quero-vos dar alguma informação De nós, em quanto o vinho se avia. Posto que granadino é de nação Este homem que nos serve aqui de guia, Perto está de Lisboa a patria nossa, Buscamos Peramanca amada vossa.

Por estes vos darei um Claudio fero, Que fez a Peramanca tal serviço, Um fulano Coutinho, que de mero A borracha para elle cubiço. Pois pelos doze Pares dar-vos quero Uns doze que sobre um pobre chouriço Entornaram tão rijo que de cama Um monte lhes serviu d'esterco e lama.

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