borrachas

Borrachas, borrachões assignalados, Que de Alcochete junto a Villa Franca, Por mares nunca d'antes navegados Passaram inda além de Peramanca: Em pagodes, e ceias esforçados, Mais do que se permitte a gente branca, Em Evora cidade se alojaram, Onde pipas e quartos despejaram: II.

Manuel Luiz Freire - Paródia ao primeiro canto dos Lusíadas de Camões por quatro estudantes de Évora em 1589

Isto dizendo mostram diligentes Os vasos com que apagam as seccuras; Mostram fermosos frascos e as pendentes Borrachas que em caminhos são seguras: Os odres nas medidas differentes, Cobertos d'encouradas vestiduras: Outras borrachas trazem por aljavas, De còrno copos grandes, taças bravas.

Manuel Luiz Freire - Paródia ao primeiro canto dos Lusíadas de Camões por quatro estudantes de Évora em 1589

Já de lá d'Alcochete caminhavam, As fermosas borrachas apertando, E depois de vasias as largavam, Outras d'outro licor melhor tomando, De branca escuma os copos se mostravam Cubertos ao beber não lhe assoprando; Mas as agoas nem doces, nem salgadas D'ellas vistas não foram nem provadas.

Manuel Luiz Freire - Paródia ao primeiro canto dos Lusíadas de Camões por quatro estudantes de Évora em 1589

Mas assi como a Aurora marchetada As fermosas borrachas lhe mostrou Áquella gente meia atordoada, Cada qual d'elles sua vez tomou. Começa a embebedar-se a camarada, Que de fermosos frascos se adornou, Para beber com festa e alegria C'o bebedor da terra que partia.

Manuel Luiz Freire - Paródia ao primeiro canto dos Lusíadas de Camões por quatro estudantes de Évora em 1589