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Que fazia? Com o seu coração, com os seus principios, e redactor de um jornal que tem largas sympathias, sentia-se grande e forte pondo a sua penna eloquente ao serviço da desgraça e da fraqueza. Faça-o, meu amigo; faça-o! Peça esmola para as freiras de Lorvão, que foram ricas e felizes na mocidade, e que na velhice tem fome. A velhice é sancta!

Os banquetes e as festas succediam-se alli sem interrupção. Os hospedes eram continuos. O manto da religião cobria todos os excessos da opulencia. A chronica dos bernardos em Lorvão subministra mais de um capitulo curioso para a historia dos bons tempos que vão. Até aqui nada ha extranho. Mas os frades entenderam que deviam comer a renda e o capital das cenobitas laurbanenses.

Segundo «Os egressos, petição humilissima a favor de uma classe desgraçadaMais: «As freiras de Lorvão», especie de petição em favor da parte feminina da sobredita classe, acto philantropico que declarado hoje, quarenta annos depois da extincção das ordens religiosas, nos obriga a meditar nas razões por que o auctor não aproveitaria este ensejo para peticionar egualmente em favor das familias dos companheiros de Pharaó, victimas da terrivel catastrophe da passagem do Mar Vermelho.

Vacillantes entre a vida e a morte, as freiras de Lorvão prolongam uma existencia de dôr e miseria pendente das eventualidades desse tenue rendimento. Ha um ou dous annos, o governo deu-lhes a esmola de um subsidio: este subsidio, porém, cessou. Ignora-se o motivo.

Na metade do sul o typo vae confundir-se com os limitrophes de além da fronteira do reino: e na metade do norte, diz um nosso illustre escriptor , «a Galliza, que tem comnosco de commum a lingua, que é uma continuação natural da zona geographica portugueza, podia muito melhor formar com Portugal uma nação, do que Portugal com Castella». A Galliza, cuja lingua se tornou litteraria sob o nome de portuguez , vem com effeito até ao Mondego: o mosteiro de Lorvão dá-se em antigos documentos como situado in finibus Galleciæ.

Que se me permitta referir aqui uma anecdota que pinta a vida agitada da população mosarabe nos territorios submettidos ora pelos arabes, ora pelos leoneses, no meio das vicissitudes da guerra, e que está confirmando o que precedentemente disse ácêrca do mosarabismo e das peripecias a que estavam sujeitos os individuos naquella situação incerta e cambiante. Dos territorios da Hespanha nenhum, talvez, mudou mais vezes de senhores durante a lucta do que os districtos d'entre Douro e Tejo, sobretudo nas proximidades do oceano, e porventura que em nenhum ficaram mais vestigios da existencia da sociedade mosarabica, da sua civilisação material, das suas paixões, dos seus interesses encontrados, e até dos seus crimes e virtudes. A publicação, que a Academia prepara, dos documentos dessas epochas, e especialmente dos que nos foram conservados nos archivos da cathedral de Coimbra e do mosteiro de Lorvão, lançará grande luz sobre o assumpto.

Taes foram os factos succedidos nos fins do seculo X que narra o documento de Lorvão. Passaram tres quartos de seculo. Coimbra e o seu territorio, submettidos de novo por Al-manssor, tinham-se conservado sob o jugo do islam. Fernando magno veio, porêm, a unir definitivamente aquella provincia á coroa de Leão nos meiados do seculo XI. As azenhas da ribeira de Forma não eram do mosteiro.

E com tudo esta Ifante Dona Branca foi Princeza de mui louvadas virtudes, e teve em Castella boa terra, e neste Reino boa fazenda, porque ella foi senhora de Montemór-o-Velho, por doação del-Rei seu pai, que em seu testamento lhe leixou mais dez mil livras, que são quatro mil cruzados, e assi foi senhora de Campo Maior, que El-Rei Dom Diniz seu irmão lhe deu em sua vida, e El-Rei Dom Affonso deste nome o Decimo de Castella, seu avô tambem lhe leixou em seu testamento muito dinheiro, e alguns dizem que ella jás em Lorvão, mas eu vi Cartas e Provisões, que ella nos derradeiros dias de sua vida passou para Portugal, feitas dentro no Moesteiro das Olgas de Burgos, onde tambem recolheo algumas filhas do Ifante Dom Affonso de Portugal seu irmão.

Os velhos iam á sala dos retratos, e affirmavam que o bispo de Leiria Lopo Azinheiro, e a Dona abbadessa de Lorvão Mafalda Azinheiro, e o governador de Mombaça Heytor Malafaya se estavam sorrindo de contestes com tal casamento.

Entretanto, se eu falasse com elles, dar-lhes-hia um conselho. Talvez o ouvissem, porque a minha voz é um pouco mais forte que a das velhas freiras. Era o de enviarem aqui sessenta soldados, formarem as monjas de Lorvão em linha no adro da igreja e mandarem-lhes dar três descargas cerradas.