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Andaram assim estes recados de uma parte, e da outra, até que vieram concertar de irem juntamente todos cercar a Cidade, á condição que sendo tomada, ametade fosse del-Rei, e a outra metade dos Estrangeiros, e assim logo El-Rei por terra, e a frota por mar foram poer cerco a Lisboa; El-Rei acentou seu arrayal da parte do Oriente, onde agora está o Moesteiro de S. Vicente de Fóra, e os Inglezes, e outras gentes tomaram a parte do Ponente, onde ora são os Martyres.

ElRei mandou tornar aho Moesteiro Dalcobaça hos prezos, que da i levara pera justiçar, que depois de sua ira seer temperada, ouve por beem que lhes valesse ha Egreja, e mais Alcobaça, em que tinha singular devação.

E com tudo esta Ifante Dona Branca foi Princeza de mui louvadas virtudes, e teve em Castella boa terra, e neste Reino boa fazenda, porque ella foi senhora de Montemór-o-Velho, por doação del-Rei seu pai, que em seu testamento lhe leixou mais dez mil livras, que são quatro mil cruzados, e assi foi senhora de Campo Maior, que El-Rei Dom Diniz seu irmão lhe deu em sua vida, e El-Rei Dom Affonso deste nome o Decimo de Castella, seu avô tambem lhe leixou em seu testamento muito dinheiro, e alguns dizem que ella jás em Lorvão, mas eu vi Cartas e Provisões, que ella nos derradeiros dias de sua vida passou para Portugal, feitas dentro no Moesteiro das Olgas de Burgos, onde tambem recolheo algumas filhas do Ifante Dom Affonso de Portugal seu irmão.

Cada um arrayal dos Christãos, edeficou sua Egreja em que enterrassem os que alli morriam, e El-Rei D. Affonso fez a sua, onde depois foi edeficado o Moesteiro de S. Vicente á honra do Martyre S. Vicente, e os Estrangeiros edeficaram outra que ora é chamada Santa Maria dos Martyres.

El-Rei Dom Sancho de louvada memoria deste nome o primeiro, e dos Reis de Portugal o segundo, faleceo em Coimbra na era de N. Senhor de mil e duzentos e doze; o Principe Dom Affonso como primogenito, e herdeiro foi logo alevantado, e obedecido por Rei, em idade de vinte e cinco annos, havendo quatro annos que era cazado com a Rainha Dona Orraca filha legitima del-Rei Dom Affonso deste nome e noveno de Castella, e neste tempo sendo Ifante, depois que sua idade o premitio, e em Reinando El-Rei Dom Sancho seu padre, foi com elle em muitas cousas notaveis, e grandes feitos darmas, que naquelles tempos concorreram, em que por seu corpo, e braço assi o fez sempre como bom, e esforçado Cavalleiro, que bem pareceo ser filho, e neto do pai de que descendia, e para claramente se ver que a Real Caza de Portugal dantigamente foi liada, e conjunta em sangue com todas as Cazas de todos os Reis, e Principes Christãos, é de saber, que El-Rei Dom Affonso noveno de Castella, sogro deste Rei Dom Affonso de Portugal foi cazado com a Rainha Dona Lianor filha del-Rei Dom Anrique Dinglaterra, e della houve dous filhos, e cinco filhas; todos legitimos, a saber, dous filhos o Ifante Dom Fernando primeiro, e herdeiro, que em idade de dezaseis annos sem ser cazado faleceo em vida de seu pai antes um pouco da batalha das Naves de Tolosa, e o Ifante Dom Anrique, que apoz elle depois de sua morte o soccedeo, e sem leixar herdeiro, que o soccedesse faleceo mui moço, como atraz na Coronica del-Rei D. Sancho é declarado, e das cinco filhas que houve uma foi a Ifanta Dona Constança primeira Senhora do Moesteiro das Holgas de Burgos, que El-Rei seu padre novamente fundou, onde ella falleceo sem cazar, e as outras quatro filhas foram Rainhas, a saber, a Rainha Dona Branca, filha maior, que cazou com El-Rei Luis de França, filho del-Rei Felippe, o que disseram Augusto, e houveram herdeiro de França El-Rei São Luis, e outros filhos, e a segunda Rainha, foi Dona Lianor, que foi cazada com El-Rei Dom James, deste nome o primeiro Rei de Aragão, de que houve filho o Ifante D. Affonso, que faleceo moço, e não Reinou, e a terceira filha foi a Rainha Dona Biringela mulher del-Rei Dom Affonso de Lião de que houve filhos El-Rei Dom Fernando Rei de Castella, e de Lião, que dizem o Santo, e o que ganhou dos Mouros Cordova, e Sevilha, e muita parte Dandaluzia, e o Ifante Dom Affonso de Molina, como na Coronica del-Rei Dom Sancho brevemente se disse, e na Coronica de Castella mais largamente se contem.

Queria muito este Prior Gualterio, que o Moesteiro fosse chamado da Ordem que elle era, e que El-Rei no Moesteiro não tivesse nhum especial poder, o que não querendo El-Rei consentir, se partio Gualterio com os seus compenheiros para onde vieram.

Na verdade El-Rei foi dino de grande louvor, e memoria de todos seus feitos, e que alguns escrevessem delle que em sua mancebia foi bravo, e esquivo, sobejo, certo a mim parece concirando bem tudo, que em nhum tempo teve cousa alguma, que sendo elle o primeiro Rei de Portugal, e no modo que o foi, lhe não fosse compridouro ser em tudo qual foi, assi para serviço de Deos, como para bem, e muita honra do seu Reino, e que se tal não fora, não sabemos que fora de Portugal, o que Deos seja louvado, agora é, porque como diz Aristoteles, o principio é mais, que o meio das cousas, porque muitas vezes ouvi dizer a meu irmão D. João Galvão, Arcebispo que foi de Braga, e Prior de Santa Cruz de Coimbra, Escrivão da Puridade del-Rei D. Affonso o Quinto, que Santa gloria haja, que segundo achava pelas cousas daquelle Moesteiro, e outras obras daquelle virtuoso Rei, elle o tinha por Santo, e por tal a seu parecer deve ser havido.

De como El-Rei D. Affonso Anriques ordenou Prior no Moesteiro de S. Vicente de Fóra, e quem foi primeiro Prior delle, e de que Ordem.

Depois desto fez El-Rei prestes sómente os seus continuos de sua caza, e alguns poucos de Coimbra, com Gonçalo Gonçalves, e assi mantimentos que lhes abastassem, e ante que partisse foi-se ao Moesteiro de Santa Cruz a falar com aquelle devoto homem Prior do Moesteiro em que elle tinha grande e singular devação, e encomendou-lhe sua alma, e seu estado, assi como houvesse de partir deste mundo, dizendo-lhe todo o que tinha ordenado para ir fazer, e quando havia de ser, encomendando-lhe muito afincadamente que naquelle dia com seus amigos rogasse a Deos de vontade que o quizesse ajudar naquelle feito a que iam por seu serviço, e que esta couza tivesse em grande segredo.

E porém que a dita Senhora D. Joana logo se pozesse em terçaria, em poder da Infante D. Briatiz com todalas ditas escripturas que fossem em seu favor, ou entrasse em religião em um de cinco moesteiros, ou em Santa Clara de Santarem, ou de Coimbra, ou no moesteiro de Christus d'Aveiro, ou no Salvador de Lisboa, ou na Conceição de Beja, em cada um dos quaes recebesse o habito, e estivesse um anno que se dizia da aprovação.

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